Patrícia era uma mulher de classe média alta, mas julgava-se equivalente à Rainha da Inglaterra. Só enxergava coisas negativas. Criticava tudo e todos por achar que, assim, deixaria aos olhos dos demais a impressão de ser de fino trato e de ter bom gosto.

Mal chegava aonde quer que fosse e todos sabiam de antemão o que ela pensava sobre qualquer coisa a que ela passasse os olhos.Aos poucos, ela foi sendo deixada de lado. Ninguém mais a convidava para ocasião alguma por ela preferir dividir e subtrair a multiplicar e somar.Um dos episódios mais emblemáticos desta personalidade ocorreu há mais ou menos quinze anos. Patrícia visitou uma confeitaria que recém fora implantada na cidade.

A proposta de seu proprietário era produzir confeitos com um fantástico diferencial em relação a tudo o que existia no mercado até então. Ele acabara de chegar da Europa em um curso intensivo que trilhou na França com o fim de realizar este ideal. Patrícia torceu o nariz ao provar um dos itens de maior venda, e predisse que a empresa não duraria mais que alguns meses.

Hoje, a tal confeitaria possui cinco lojas na cidade, é altamente respeitada pela preferência do público geral e já conquista espaços afora em um modelo de franquia, tamanho seu sucesso.Uma das coisas mais fáceis de se ver sem muito procurar são erros e defeitos. Curiosamente são as pessoas mais insignificantes e desprezíveis quem se mostram mais dispostas ao desdém e às críticas.

A explicação está no fato de que elas não têm esperança de crescer com base em seus próprios valores, por isso desvalorizam o próximo e suas conquistas. Assim, não esperam somente pelo pior, mas criam o pior por suas palavras.O meu conselho? Não se permita tornar-se um crítico. Rompa com o hábito de ver defeitos. A razão é simples: as mãos de quem atira lama estão sempre sujas.