Imagem ilustrativa da imagem 'Vamos acreditar que o câncer tem cura', diz oncologista
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Para a oncologista pediátrica Tânia Anegawa, que encara a luta contra o câncer juntamente com os pacientes há pelo menos 18 anos em Londrina, renovar as esperanças e o pensamento positivo com a chegada de um ano novo é essencial. Ela diz que em 2020 todos aprenderam muito sobre a importância da saúde e de se cuidar e deseja que esse aprendizado se perpetue. “Todo mundo prestou mais atenção no próximo, aprendeu a olhar mais para si e para o próximo. A mensagem que eu gostaria de repassar é justamente para que todos continuem se cuidando”, destaca.

Anegawa faz questão de dizer que no câncer o diagnóstico precoce leva a maiores taxas de cura e menor agressividade no tratamento, e aproveita para fazer um pedido: “vamos acreditar que o câncer tem cura. A medicina tem melhorado a cada tempo e a gente pode, sim, se reinventar”.

As histórias protagonizadas por Arthur, Felipe e Fernanda, crianças atendidas na ONG Viver e que receberam alta do Hospital do Câncer de Londrina em dezembro são um exemplo disso. “O câncer em crianças tem outras características. A gente fala é que a criança, apesar de transparecer uma fragilidade, é muito mais forte do que imaginamos e tem uma resistência surpreendente. Além disso, a gente acaba tendo a imagem de tristeza em quem está em tratamento, mas as crianças não. Elas brincam, revelam a alegria da infância. Elas têm a capacidade de recuperar e se adaptar a tudo”, diz.

Anegawa é voluntária na ONG Viver e destaca que o convívio das crianças no período de tratamento, além de todo suporte proporcionado pela entidade, fazem toda a diferença. “Algumas vezes, a gente comenta na ONG que o menor dos problemas é o câncer porque há problemas sociais, econômicos, que podem desestabilizar a família e isso impacta nas crianças. A comidinha quente, o carinho, a apoio, alguém para ouvir os pais ou a ajudar a correr atrás dos direitos, por exemplo, contribuem muito para um bom resultado”, comenta.

QUEBRAR MITOS

Para a médica, a medicina tem evoluído, mas ainda é preciso quebrar alguns mitos sobre o câncer. “As pessoas ainda nem gostam de falar do câncer, acham que não tem cura. Mas é preciso se informar. A gente sempre reforça que o câncer pediátrico são várias doenças com o mesmo nome, cada um com sua peculiaridade, tratamento e prognóstico, e que o câncer infantil são doenças raras, representando de 2% a 4% dos cânceres. Em geral, 90% dos casos vão atingir os adultos. Por isso é importante fazer o diagnóstico precoce, para conseguirmos melhorar as perspectivas de cura”, detalha. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), as taxas de cura hoje chegam a 64%.

A ONG Viver é uma entidade é sem fins lucrativos e foi fundada em 2001 para acolher, amparar e apoiar crianças, adolescentes e seus familiares com serviços de alimentação, hospedagem, atendimento odontológico, nutricional, psicológico, atividades de recreação, entre outros.