A campanha do segundo turno em Londrina teve uma primeira semana marcada por representações judiciais com mútua troca de acusações nas propagandas eleitorais no rádio e na TV. As reclamações de "propaganda eleitoral negativa" foram frequentes pela ex-secretária Maria Tereza Paschoal de Moraes, a Professora Maria Tereza (PP), e pelo deputado estadual Tiago Amaral (PSD), que disputam a Prefeitura.

Com isso, pedidos de direito de resposta, exclusão de conteúdos em redes sociais e acusações de desinformação inundaram as ZEs (Zonas Eleitorais) de Londrina nos últimos dias.

O juiz Mauro Ticianelli, responsável pela 157ª ZE (Zona Eleitoral), afirma que as demandas judiciais têm sido “muito acima do esperado”. Na semana passada, Maria Tereza e Tiago Amaral assinaram o “Pacto pela Paz” do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), uma campanha para promover um pleito pacífico na cidade.

“É cedo para comentarmos sobre eventuais excessos ou mesmo o descumprimento do recentemente assinado ‘Pacto pela Paz’", diz o magistrado, que entende que ignorar o compromisso firmado "resultaria unicamente no desprestígio [junto] ao eleitor”.

“A Justiça Eleitoral apenas almeja, de forma muito concreta, que dois candidatos com nível cultural tão elevado e ocupantes de cargos tão nobres pensem unicamente no eleitor e na eleitora londrinenses”, continua Ticianelli, que ressalta que a legislação eleitoral busca coibir eventuais abusos com rigor, “principalmente na parte da desinformação”. “As penas são severas, vão desde multas em dinheiro até suspensão de diploma e mesmo cassação, no futuro."

A Justiça Eleitoral apenas almeja, de forma muito concreta, que dois candidatos com nível cultural tão elevado e ocupantes de cargos tão nobres pensem unicamente no eleitor e na eleitora londrinenses”, afirma o juiz Mauro Ticianelli, responsável pela 157ª Zona Eleitoral
A Justiça Eleitoral apenas almeja, de forma muito concreta, que dois candidatos com nível cultural tão elevado e ocupantes de cargos tão nobres pensem unicamente no eleitor e na eleitora londrinenses”, afirma o juiz Mauro Ticianelli, responsável pela 157ª Zona Eleitoral | Foto: Roberto Custodio

Um advogado eleitoral ouvido pela FOLHA avalia que é normal o "acirramento" do debate no segundo turno, mas pontua que em Londrina os ataques têm passado do ponto. "No primeiro turno, as agressões ficam diluídas. No segundo, são dois candidatos e o confronto é direto."

'ATAQUES MENTIROSOS'

À FOLHA, Tiago Amaral afirma que o “Pacto pela Paz” firmado com Maria Tereza "não significa que temos de nos calar diante dos ataques mentirosos que temos sofrido por parte da campanha adversária, que usa o horário eleitoral para espalhar mentiras".

"Tanto que nós já ganhamos cinco decisões judiciais por causa da postura da adversária. Nossa campanha é propositiva. Queremos discutir a cidade e como resolver os problemas da saúde, da falta de vagas nas creches, das obras que atrasam e custam mais do que o previsto e tantos outros problemas que a atual gestão está deixando", diz Amaral. "Faço mais uma vez um apelo à adversária para que se junte a mim no compromisso de fazer uma campanha limpa, propositiva, sem baixarias nem mentiras. É isso que a população de Londrina merece."

A reportagem entrou em contato com Maria Tereza, por meio de sua assessoria de imprensa, mas a candidata não retornou até o fechamento desta edição.