Na manhã quente deste sábado (31), apoiadores do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), se reuniram no Calçadão de Londrina trajados de verde e amarelo. Em um evento em apoio à candidatura de Tiago Amaral (PSD) e Junior Santos Rosa (PL) aos cargos de prefeito e vice em Londrina, Bolsonaro elogiou os londrinenses e proferiu críticas ao atual governo.

Cartazes e pessoas com camisas nas cores da bandeira do Brasil tomaram conta do trecho 5 do Calçadão de Londrina, entre a Avenida Rio de Janeiro e a Rua Minas Gerais, com uma concentração mais expressiva em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, onde o palco foi montado. Enquanto aguardavam a chegada do ex-presidente, um coro se formava pedindo “volta Bolsonaro” e o caracterizando de “mito”.

Imagem ilustrativa da imagem Presença de Bolsonaro atrai multidão ao Calçadão de Londrina
| Foto: Filipe Barbosa/Agência Enquadrar/Folhapress

Por volta das 10h30, conforme o horário marcado, Bolsonaro chegou ao local e foi recebido de forma calorosa enquanto cumprimentava os apoiadores. Deputado federal, Filipe Barros (PL) disse que, apesar de sofrer constantes "perseguições", Bolsonaro está há quatro dias participando de eventos no Paraná. Segundo ele, o Brasil vai ver o ex-presidente "subir novamente a rampa do Palácio do Planalto".

Vice na chapa de Tiago Amaral, Junior Santos Rosa afirmou que o trabalho vai ser pela liberdade religiosa e de expressão e que o objetivo é "tirar Londrina do mapa da pobreza e levar para o mapa da prosperidade".

No evento, houve quem apoiasse Bolsonaro mas que, em cartazes, expressava o voto contrário ao candidato à prefeitura. As razões eram várias, sendo uma delas a posição favorável do deputado à terceirização das escolas estaduais.

Em sua fala, Amaral afirmou que Bolsonaro foi o melhor presidente que o Brasil já teve e que é necessário “livrar a cidade de Londrina da esquerda”. Além disso, o candidato ressaltou que é função dos pais educar os filhos, sendo que o papel das escolas é “disciplinar” e não “doutrinar” as crianças. O candidato do PSD não concedeu entrevista à imprensa após o evento.

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| Foto: Giovani Sella/Divulgação

Por fim, o último a discursar foi Bolsonaro, que em diversos momentos teceu críticas ao atual governo e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive com ofensas como “energúmeno” e “ladrão”.

O ex-presidente associou o bloqueio do X, o antigo Twitter, ao que chamou de ditadura no Brasil. A derrubada da rede social no país foi ordenada na sexta-feira (30) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A medida veio após a plataforma do empresário Elon Musk descumprir determinação judicial para indicar um representante legal no Brasil. "Hoje amanhecemos sem Twitter, o X, e acusavam que eu seria o ditador", afirmou Bolsonaro. "Estamos vendo, cada vez mais, quem queria e quem está impondo uma ditadura no nosso país", acrescentou o ex-presidente, sem citar o nome de Moraes

Ele também abordou e temas polêmicos, como a ideologia de gênero que, segundo ele, foi criada por Lula em 2009 através do PNDH-3 (Programa Nacional de Direitos Humanos), feito, em sua opinião, para “destruir a família”. Bolsonaro também chamou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 de “golpe de festim”.

O evento foi encerrado por volta das 12h30 com uma carreata que tinha como destino o Aeroporto de Londrina, de onde o ex-presidente pegaria um voo por volta das 14h.

Mobilização policial

Por conta do número de pessoas, foi organizada uma grande operação policial nas redondezas do centro da cidade. Capitão Emerson Castro, do 5°BPM (Batalhão de Polícia Militar), explicou que viaturas e agentes foram designados para pontos estratégicos para garantir a visibilidade de toda a área. Segundo ele, criminosos costumam aproveitar aglomerações para a prática de delitos. Ao todo, mais de 100 policiais estiveram envolvidos na operação.

Com apoio da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) e da Companhia de Trânsito, o tráfego de veículos foi desviado, principalmente na Rua Minas Gerais, para evitar acidentes. O capitão garante que tudo ocorreu conforme o esperado e planejado pela corporação. (Com Leonardo Vieceli - Folhapres)