Curitiba - O deputado estadual Alexandre Curi (PSD), presidente eleito da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), garantiu estar preparado para disputar o governo do Estado em 2026. A Mesa Executiva, presidida por Curi, foi escolhida na última segunda-feira (12) para o biênio 2025/2026. Ele vai substituir Ademar Traiano (PSD) que está no cargo pelo quinto mandato consecutivo e não poderia mais disputar o comando da Alep em função do entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que só pode haver uma reeleição para o mesmo cargo nos Legislativos estaduais.

Apontado como um articulador, Curi é herdeiro político de seu avô, Anibal Khury, morto em 1999. Khury foi cinco vezes presidente da Alep, de 1989 até sua morte, e assumiu o governo do estado seis vezes.

Alexandre Curi conversou com a reportagem da FOLHA sobre as expectativas para o futuro político.

SUCESSÃO DE RATINHO

Na última semana, Curi apareceu bem posicionado em um levantamento sobre as eleições para governador daqui a dois anos. Na sondagem, divulgada pelo instituto Paraná Pesquisas, o deputado esteve em dois cenários na terceira posição, com quase 10% das intenções de votos, atrás do senador Sergio Moro (União) e do prefeito de Curitiba Rafael Greca (PSD).

Apesar de todas as conversas sobre as eleições de 2026, o parlamentar ressaltou à FOLHA que não está pensando nisso no momento.

“Mesmo porque, se estivesse pensando exclusivamente nas eleições de 2026, não me candidataria a presidente da Assembleia. Primeiro que, historicamente, os presidentes da Assembleia sequer se candidataram ao governo do Estado. Segundo que, com todas as atribuições administrativas de presidente da Casa, minha agenda fica muito mais restrita para percorrer o estado e construir uma pré-candidatura. Terceiro que a imagem da Assembleia nem sempre é positiva perante o eleitor [...] Mas é claro que, se tivermos sucesso em todas as medidas, podemos quebrar essa resistência histórica, mudar essa imagem e mostrar nossa qualidade como gestor. Não por ser presidente da Assembleia, mas por meu histórico político [...] Em 2026, quando nosso grupo político for discutir seu nome para a sucessão do governador Ratinho Junior, informarei que estarei preparado”, explicou à FOLHA.

TRANSPARÊNCIA

O deputado assume o posto em fevereiro, deixando a função de primeiro-secretário, e pretende melhorar a transparência na Alep.

“Que fortalecer o Poder Legislativo, aproximar a Assembleia da população e transformar a Assembleia Legislativa do Paraná na assembleia mais transparente do Brasil. Para isso, assumirei a presidência da Assembleia, em 1º de fevereiro, com um Planejamento Estratégico que já está sendo elaborado por nossa equipe e que é baseado em quatro pilares: transparência, inovação, economia e sustentabilidade”, pontuou.

LEGADO

Alexandre Curi também falou sobre o legado deixado pelo avô Aníbal Khury, mas preferiu evitar comparações. O político, morto em 1999, foi cinco vezes presidente da Alep (de 1989 até seu falecimento).

“É um grande orgulho carregar um sobrenome com tanta história política no Paraná e claro que minha trajetória na Assembleia Legislativa, com seis mandatos, primeira-secretaria por duas oportunidades e, agora, eleição para a presidência, acaba sendo comparada à dele. Mas o momento é outro. A Assembleia de 2024 é muito diferente daquela de 1998. Hoje, temos uma abordagem mais transparente e próxima da população [...] Mas é claro que aprendi política com meu avô e carregarei, para sempre, lições que aprendi com ele”, ressaltou.

ALEP X SERVIDORES

A reportagem da FOLHA também questionou sobre como o futuro presidente irá lidar com a presença da população, especialmente servidores, nas galerias do Plenário. Em votações polêmicas recentes, as presenças foram limitadas e isso foi alvo de discussões.

“A Assembleia é a casa do povo, e assim continuará sendo. Todas as nossas sessões e audiências são públicas, abertas à população e todo cidadão paranaense é bem-vindo, fazendo parte ou não de sindicato, movimento social ou qualquer outra organização. A ocupação do nosso plenário é limitada ao número de lugares disponíveis nas galerias, no primeiro e segundo balcões, e nas tribunas de honra. Por questões de segurança, não é permitida a entrada de um número maior de pessoas que nossa Casa comporta e a ordem de entrada é por chegada", garantiu o deputado.

Curi prometeu ainda rigor para apurar casos de vandalismo e depredação no prédio do Legislativo. "No dia a dia, as galerias não costumam lotar. Em votações mais importantes, ou mais polêmicas, no entanto, quando há mobilização de alguma categoria, alguma entidade, pode acontecer. E o limite será respeitado, com rigor. E se houver tentativa de invasão, quebra-quebra, vandalismo, depredação do patrimônio público, não hesitaremos em identificar e responsabilizar os envolvidos”, destacou.