Na tradicional feira livre da zona norte de Londrina, a Feira do Cincão, as eleições municipais não tiveram espaço nas conversas entre feirantes e fregueses. No final da manhã deste domingo (6), a derrota do LEC (Londrina Esporte Clube) e o calor foram os assuntos mais comentados. As eleições não ganharam espaço no vai e vem das conversas.

Um domingo como outro qualquer. É assim que a feirante Maria Lícia Maturani, 73, define o dia até agora, já que as eleições para prefeito e vereadores não foram um tópico presente nas conversas. Em anos anteriores, ela afirmou que era comum ouvir comentários de pessoas sobre os candidatos em que votaram.

Dessa vez, por outro lado, o assunto está passando batido. O motivo, para ela, é a descrença por parte da população nos políticos, que não cumprem suas propostas quando eleitos. Ao longo da feira, era raro encontrar algum ‘santinho’ espalhado pelo chão ou alguma pessoa com adesivo do seu candidato.

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Desde às 4h da manhã na feira, ela garante que "nem parece que é eleição". Por ter mais de 70 anos, admite que não sabe nem se vai votar. Para ela, seria bom se a disputa pela prefeitura terminasse já no primeiro turno, mas não sabe como estão as pesquisas e as intenções de voto.

"Está meio quieto, meio parado", afirma Marcos Alves Ribeiro, que está há 30 anos nas feiras. Para ele, as pessoas estão reservadas no que diz respeito ao voto no candidato em que acreditam e que, por isso, o resultado vai ser uma surpresa. Para ele, a disputa de segundo turno deve ficar entre Barbosa Neto (PSD) e Tiago Amaral (PSD). “A cidade está meio dividida”, opina.

Para Mauri de Souza, 62, que é feirante e pequeno produtor, o segundo turno vai ser entre os candidatos Tiago Amaral e Professora Maria Tereza (PP), mas admite que não é o cenário que gostaria para a cidade. Para ele, a escolhida deveria ser Isabel Diniz (PT). Apesar de as pesquisas colocarem a candidata em último lugar, ele garante que ela tem chance caso as pessoas que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repitam o voto no partido. “A gente tem que fortalecer a chapa que acredita”, afirma.

Os poucos comentários que ouviu sobre as eleições, segundo Souza, foram de pessoas que não tem diálogo para a política: “acham que só eles estão certos”.