Prestes a assumir a Diretoria de Desenvolvimento, Tecnologia e Qualidade da Polícia Militar (PM-PR) em Curitiba, o agora coronel Nelson Villa Junior esteve na sessão da Câmara Municipal de Londrina (CML) desta quinta-feira (17) para, a convite do presidente Emanoel Gomes (Republicanos), fazer um balanço dos quatro anos à frente do 5º Batalhão da PM.

O tom de “até breve” não deixou de marcar presença no espaço destinado ao comandante – em mais uma sinalização de que de Villa começou a ser cotado na disputa à Prefeitura de Londrina em 2024. “Tenho a certeza de que, mesmo estando lá [em Curitiba], o senhor vai continuar com seus olhos aqui para Londrina”, discursou Gomes em dado momento.

Entrevistado logo em seguida pela FOLHA, o oficial afirmou ter recebido convites de partidos políticos, disse que há chance de entrar no páreo para o Executivo, mas não cravou a decisão. “Prefiro não mencionar [os nomes das legendas], até porque não posso me filiar a partido nenhum [por ser militar da ativa], mas eu não excluo a possibilidade de que eu seja pré-candidato no momento oportuno”, projetou.

‘É SÓ NÃO MEXER MUITO’

“Um bom gestor, um bom chefe, um bom comandante tem que ter coragem de se posicionar”, comentou Villa em um dos primeiros trechos de sua fala. “Se o nosso sucessor [no 5º BPM] conseguir manter os índices aos quais nós chegamos e conseguir manter o grau de satisfação da tropa e da administração militar, eu já ficaria muito feliz. É só não mexer muito que a coisa vai continuar bem assim”, pediu da tribuna.

Em seu lugar, assumiu o tenente-coronel Marcos Tordoro, até então comandante do 30º BPM, responsável pelo policiamento ostensivo da zona norte, partes das zonas leste e oeste de Londrina, além de outros seis municípios.

“Anos atrás, as pessoas criticavam muito a polícia, justamente pelos índices de criminalidade, falta de viatura, falta de comprometimento, às vezes, com problemas sensíveis à cidade”, analisou Villa ao ser entrevistado.

POPULAÇÃO DE RUA É ‘QUESTÃO MULTIDISCIPLINAR’

Ainda em seu discurso, ele abordou temas como o aumento durante os últimos anos do número de moradores em situação de rua em Londrina. Para o oficial da PM, “apesar de saber que a presença deles incomoda as pessoas”, essa população “merece nosso respeito”.

“É um processo que envolve a assistência social e a saúde. Essa questão é multidisciplinar e deve ser tratada mais profundamente. Só com polícia não vai resolver isso”, acrescentou o coronel.

AUDIÊNCIA DE PL CONTROVERSO

Alvo de muito bate-boca nas galerias ao ser aprovado em primeira discussão, por 14 votos a 5, no início de julho, o projeto de lei 203/2021, que abre caminho para espaços públicos como quadras e campos de futebol serem geridos por entidades sem fins lucrativos, será tratado em uma audiência pública nesta segunda-feira (21), às 19h, na própria CML.

A agenda servirá para acolher sugestões que podem se tornar emendas. Ela foi marcada por reivindicação dos próprios críticos ao PL presentes na votação em primeiro turno. Para eles, a proposta, que é assinada por Mestre Madureira (PP), pode dificultar ainda mais o acesso da população a áreas cuja responsabilidade original de manutenção cabe à Prefeitura.

“As associações estão cada vez mais se fortalecendo. Quando assumi a FEL [como presidente] no passado, tinham 17 associações que cuidavam do esporte na cidade. Quando saí, tinham 80 [...] É um projeto que vai ajudar muita gente nos bairros. Quem está indo contra a lei não é o pessoal que faz esporte na cidade”, contrapôs Madureira.