Foz do Iguaçu sediou no início do mês o Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20. O evento reuniu as maiores economias do mundo no Paraná para debater políticas de transição energética, energias renováveis e tecnologias limpas. Durante a programação, especialistas abordaram o panorama atual das medidas de sustentabilidade do setor energético.

O encontro faz parte da programação prévia do encontro da cúpula dos líderes mundiais, que acontecerá em novembro em Belém (PA). Foz, no extremo-oeste paranaense, abriga a Itaipu Binacional, referência global em energia renovável. Entre os vários projetos desenvolvidos no PTI (Parque Tecnológico Itaipu), tem destaque o promissor estudo com o hidrogênio verde.

O hidrogênio verde é produzido a partir de fontes de energia renováveis, como solar, eólica ou hidráulica, por meio de um processo chamado eletrólise. Nesse processo, a eletricidade gerada pelas fontes renováveis é utilizada para separar a molécula de água em hidrogênio e oxigênio.

O grande diferencial do hidrogênio verde é que ele não gera emissões de carbono em sua produção, ao contrário do hidrogênio tradicional, que é produzido a partir de combustíveis fósseis, como o gás natural. Isso faz com que o hidrogênio verde seja uma opção mais sustentável e alinhada com as metas de descarbonização global.

O hidrogênio verde tem um potencial enorme para ser utilizado em vários setores da economia. Ele pode ser armazenado e transportado de forma eficiente, o que facilita sua utilização em áreas como transporte, indústria pesada e geração de energia.

O problema é que projetos como o da Itaipu ainda são exceções no país. A falta de investimento adequado nesse setor coloca o país em risco de perder oportunidades estratégicas no cenário internacional. Nações desenvolvidas estão acelerando seus projetos e o Brasil precisa aumentar significativamente seus esforços para não ficar para trás.

A transição para uma economia baseada em energias limpas é inevitável. Países que liderarem esse processo colherão benefícios econômicos e ambientais. Durante o evento em Foz, a Agência Internacional de Energia deu um recado claro ao Brasil: é preciso levar o hidrogênio a sério.

O desenvolvimento dessa indústria pode gerar novos empregos e fomentar a economia local, além de garantir que o Brasil não seja visto apenas como um exportador de matérias-primas, mas como um transformador de recursos em produtos de alto valor agregado.

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