Frio volta com previsão de mais geadas
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 14 de julho de 2021
Folha de Londrina
Se as geadas do fim de junho já causaram prejuízos às lavouras que ainda estão sendo contabilizados, uma nova onda de frio deverá se intensificar entre os dias 17 e 21 de julho nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A massa polar poderá se refletir até mesmo no Nordeste e Norte do País. No Sul, as chances de geadas e até de neve são altas com a nova onda de frio que será uma das mais intensas do ano, segundo a meteorologia. Na segunda quinzena de julho, segundo o Metsul, há previsão do ingresso de uma ou duas massas polares no País, mas também maior probabilidade de chuvas, o que é um boa notícia depois de tanta estiagem.
.Com as primeiras geadas, a safrinha do milho foi uma das mais atingidas. Aqui mesmo na região de Londrina há áreas grandes que já estavam a ponto de serem colhidas, completamente queimadas, mas Cascavel foi o município que registrou mais perdas. O que sobrou do milho está sendo triturado para fazer ração para o gado porque tudo se aproveita no campo, mas são visíveis os estragos também nas plantações de café, mandioca, hortaliças e frutas. Do trigo se salvou um pouco, já que é cultura de inverno e mais resistente. Mas estima-se que no Centro-Oeste 30% das safras de milho foram perdidas, no Paraná a estimativa sobe para 33%, o que é preocupante no País que já sofre com a inflação que atinge sobretudo os alimentos. Os preços nos supermercados estão aí para quem quiser conferir.
Antes da chegada da nova onda fria, o tempo permanece ensolarado e firme, inclusive com níveis críticos de umidade no ar devido à seca que é outro fator preocupante este ano, como indicam as baixas nos reservatórios de água que já ameaçam o abastecimento. Com tudo isso, o clima transforma-se cada vez mais num dos pontos mais preocupantes no Brasil e no mundo, apesar dos negacionistas. A falta de chuvas e as secas cada vez mais severas, inclusive no Paraná, irrefutavelmente, devem-se muito à ação humana.
Que as estiagens prolongadas e as ondas de frio - e nem se sabe qual o maior vilão deste binômio - sirvam de alerta sobre a importância do clima. Sem o favorecimento de temporadas de chuva a agricultura sofre mais, ainda que esteja há milhares de quilômetros da devastação que atinge de forma crítica estados do Norte e do Centro-Oeste. E antes que o inverno mais intenso sirva à ignorância de quem proclama por aí que "não existe aquecimento global se há quedas expressivas de temperatura", não custa lembrar que o aquecimento do planeta e a ação humana - especialmente na relação de destruição de florestas e aumento de CO2 na atmosfera - é uma conexão estabelecida há cerca de 150 anos e feita através de médias anuais que acendem, cada vez mais, o sinal vermelho.
A FOLHA deseja um clima ameno a seus leitores!