A chegada do segundo semestre trouxe o tema volta às aulas para o foco da discussão sobre a pandemia do coronavírus no Brasil. Secretarias de Educação e de Saúde dos estados e municípios se debruçam em cima de protocolos de segurança e dados sobre a transmissão da Covid-19, doença transmitida pelo Sars-Cov-2, o novo coronavírus.

Especialistas se dividem na questão da segurança na volta às aulas. A princípio, a recomendação é que as crianças e jovens podem voltar desde que eles e as instituições de ensino respeitem rigorosos protocolos sanitários. Uso da máscara, higienização das mãos e sapatos são algumas das exigências. Ainda não há data para essa retomada.

Sabe-se que as crianças não estão entre a população que mais se contagia com o coronavírus, embora existam casos graves e mortes nessa faixa etária. Mas a preocupação é quanto a grande possibilidade que os pequenos terão em levar o vírus para casa e infectar pais, irmãos, avós e outros familiares.

As crianças conseguirão obedecer às regras de distanciamento, uso de máscaras e higiene das mãos? Há muita incerteza quanto a isso.

Por outro lado, educadores do mundo todo lembram os prejuízos que o longo tempo longe da sala de aula pode ocasionar à aprendizagem, à boa convivência, à saúde emocional e até quanto ao aspecto da alimentação - para muitas crianças, a refeição na escola é a mais nutritiva do dia.

No Paraná, uma consulta será feita pelo governo estadual para saber se os pais estão seguros em mandar os filhos para aula presencial ou se preferem mantê-los em casa, aprendendo à distância.

A FOLHA conversou com algumas famílias e as opiniões se dividem. Percebe-se que há muitos questionamentos a serem esclarecidos.

Um ponto a refletir: a plataforma MonitoraCovid-19, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), aponta que a volta às aulas representa um perigo para uma população de cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos).

É complicado identificar o papel que as escolas têm no aumento do contágio da Covid-19 porque elas estão fechadas desde que os primeiros casos começaram a surgir no país. Haverá impacto no aumento de casos? Por enquanto o debate esquenta e as incertezas se multiplicam.

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