Revolta, indignação, repúdio, tristeza, desesperança e impotência para mudar a situação é tudo que os brasileiros íntegros sentem com o recrudescimento da impunidade em nosso país. Perplexos e estarrecidos, assistimos um sistema corrupto cada vez mais fortalecido e se aprofundando nas entranhas dos poderes da República. Os artífices, os protagonistas e os que se locupletam dos escândalos de corrupção já não se intimidam mais com investigações, denúncias, condenações e até prisões temporárias, porque sabem que serão inocentados pelos seus vassalos e subservientes, estrategicamente empoderados para protegê-los.

Os safardanas da política nacional estão cada vez mais abusados; eles não têm limites para se refestelarem do dinheiro público. Agem sempre pelos seus próprios interesses, em detrimento às necessidades da população. Especialmente na Câmara Federal, invariavelmente as aprovações dos projetos de lei envolvem barganha de cargos, nomeação para ministérios, nepotismo, distribuição viciada de bilionárias verbas orçamentárias, entre outras benesses bancadas pelo erário, num vergonhoso e inescrupuloso toma lá, dá cá.

Mentem descaradamente quando falam em patriotismo para aprovar leis de grande importância para a população. Por exemplo, Lula, o PT e o então deputado Bolsonaro votaram contra a aprovação do vitorioso Plano Real, em 1994. Agora, em 2023, já como ex-presidente, Bolsonaro fez sérias críticas ao projeto de lei da Reforma Tributária e orientou os deputados do seu partido a votarem contra a proposta, a qual se vislumbra como sendo de extrema importância para o desenvolvimento do país. Portanto, não são patriotas coisa nenhuma; são, sim, dissimulados; na verdade são oportunistas e enganadores que só visam seus projetos pessoais.

Esses fatos demonstram que a corrupção está bem sedimentada, banalizada e institucionalizada não só na cúpula dos poderes em Brasília, mas também em níveis estadual e municipal. Claro que não podemos generalizar, todavia são raríssimos os que agem com honestidade e dignidade. Os corruptos se protegem reciprocamente e são blindados pelos seus parceiros de bandalheiras, assentados em todas as instâncias do poder público.

Os parlamentos são verdadeiras fortalezas inexpugnáveis, onde as negociatas acontecem desavergonhadamente. Chegou-se ao cúmulo da imoralidade a atitude do presidente da Câmara Federal de se negar em colocar em votação propostas do Executivo, porque seus apaniguados ainda não tinham assumido os cargos ministeriais prometidos pelo presidente da República; foi preciso criar mais um ministério para resolver o problema. Uma audácia dos indecorosos; uma afronta à sociedade brasileira.

Em nenhum momento se fala em combater a corrupção, em votar o projeto de lei da prisão em 2ª instância, entre outras medidas restauradoras da decência e que eles abominam. Nos parlamentos, quem se dispõe a lutar contra as trapaças e patifarias são isolados, perseguidos e até punidos pelo sistema.

Tudo isso são consequências perniciosas das atitudes e decisões de determinadas autoridades cooptadas para escudar os malfeitores e a politicalha, que sufocam os brasileiros e arruínam a imagem do Brasil mundo afora. Entre outras perversidades, destacam-se como fatores contributivos para o sucesso desse sistema corrompido o grande esforço do decano togado para acabar com a Lava Jato, a covarde perseguição aos comandantes da operação, a despudorada entrega das chaves do cofre pelo Executivo para o Centrão e o atrevimento inconsequente da canetada monocrática, com o escopo de tentar apagar o rastro inextinguível do maior roubo de dinheiro público da nossa história

É de doer na alma dos brasileiros que desejam uma pátria moralizada!

Ludinei Picelli, administrador de empresas, Londrina

Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão e comunicação que lhes são inerentes.

COMO PARTICIPAR| Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. As cartas devem ter no máximo 700 caracteres e vir acompanhadas de nome completo, RG, endereço, cidade, telefone e profissão ou ocupação.| As opiniões poderão ser resumidas pelo jornal. | ENVIE PARA opiniao@folhadelondrina.com.br