A nossa fervorosa defesa do associativismo só cresceu nesses dois anos em que estivemos à frente da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Trabalhando com transparência e diálogo, conseguimos avançar em pautas importantes para o empresariado e, principalmente, para o desenvolvimento de nossa cidade, fortalecendo o trabalho institucional da associação.

O presidente da Acil não pode errar. Está em uma vitrine muito grande e suas ações têm repercussão em todas as esferas municipais. Por isso, optamos por trabalhar com sensatez, sem radicalismo, para fazer uma gestão que trouxesse vitórias sólidas para os empreendedores e a economia londrinense.

Muitos desafios surgiram no caminho. Planejamos, desde o início, uma série de ações para revitalizar o centro da cidade. A aproximação com o poder público tornou-se inevitável, uma vez que nossos objetivos eram similares.

Fomos pautados pela ponderação e cada ato de nossa gestão trouxe, embutido, a vontade clara de melhorar a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, fortalecer a Acil como protagonista no desenvolvimento regional.

Como todos, fomos surpreendidos pela pandemia. Diante do desconhecido, foi preciso buscar o equilíbrio para tomar as decisões corretas. Ao mesmo tempo em que precisamos manter o setor produtivo em atividade, tornou-se primordial resguardar as pessoas.

Por isso atuamos, sempre movidos pela boa fé, tanto na saúde - fazendo doações de EPIs, ajudando na estruturação da UPA do Sabará, buscando recursos e, principalmente, trabalhando na conscientização do empresário e dos colaboradores quanto às medidas de prevenção, fundamentais para a proteção de todos - quanto na economia, oferecendo aos empresários diversas ferramentas para enfrentar a crise.

Não foi fácil. As pressões vieram de vários lados, tanto para fechar completamente o comércio quanto para abrir sem restrições. Diante da delicadeza da situação, encontramos um caminho intermediário, capaz de manter a economia girando e, ao mesmo tempo, oferecendo segurança para os consumidores.

Paralelamente, mesmo em reuniões virtuais, tivemos um grande avanço nas pautas do Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, por exemplo. Entre elas, está a linha de crédito aberta pela Garantinorte após um aporte feito pela prefeitura e Câmara de Vereadores; as aulas de empreendedorismo, implantadas em todo o Paraná; o Master Plan, que está em construção; o Ecossistema de Inovação, que teve sua governança estabelecida; e a criação do Parque Tecnológico, onde o Tecnocentro está em finalização.

Foi um aprendizado imenso, que trouxe experiência e ampliou os horizontes com um conhecimento que não se encontra em livros, mas na lida diária com a pandemia. Novamente, as boas relações com o poder público tornaram-se essenciais para que saúde e economia fossem complementares no combate ao vírus.

Obviamente, as dúvidas surgiram nos momentos mais tensos e urgentes. E as soluções vieram com o respeito à nossa própria identidade, formada pelos princípios do associativismo. Como respaldo, contamos ainda com a equipe sempre dinâmica da Acil, além da colaboração dos competentes diretores.

Nossa gestão está terminando e temos a sensação do dever cumprido. Não negligenciamos a Associação nem por um minuto. Pelo contrário, a ela dedicamos muitas horas na certeza de que seguimos o bom caminho, capaz de beneficiar a todos.

Agora, a missão do associativismo nos leva a outra esfera, ainda mais ampla. Como presidente da Faciap - Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná - e do Conselho Deliberativo do Sebrae-PR, os desafios certamente serão ainda maiores.

Mas o aprendizado à frente da Acil alimenta o caráter e a determinação para seguirmos firmes rumo ao desenvolvimento e ao bem coletivo, sempre trazendo na memória e no coração a nossa querida Londrina. Agradeço profundamente à Acil por fazer parte dessa história.

Fernando Moraes, presidente da Acil