O caso da mulher de 72 anos que transferiu mais de R$ 200 mil para estelionatários que se passavam pelo ator Arnold Schwarzenegger é um exemplo muito triste de como os idosos estão vulneráveis ao transitar pelo ambiente digital.

Moradora do Litoral de São Paulo, a mulher repassou R$ 238,5 mil a golpistas que se passaram pelo ator e político austro-americano, ex-governador da Califórnia por dois mandatos.

Os valores foram transferidos em 13 partes entre novembro de 2020 e junho de 2022. O estelionatário contatou a aposentada pela internet e disse que enfrentava dificuldades financeiras. O falso Schwarzenegger dizia que tinha uma quantia alta a receber de uma empresa de transportes e que a aposentada seria recompensada pela ajuda, recebendo "em dólar".

A mulher chegou a vender casa e carro para juntar dinheiro. Com esperança de obter o dinheiro de volta, ela e o marido, de 79 anos, chegaram a assinar o contrato de compra de uma casa. Sem conseguir pagar, eles precisaram deixar o imóvel após ação de reintegração de posse.

Quando percebeu se tratar de um golpe, ela buscou a polícia. Há um processo correndo na Justiça de São Paulo e 12 pessoas foram identificadas como golpistas. Uma delas fez acordo com a vítima e vai pagar R$ 15 mil em 15 parcelas de R$ 1 mil. O processo seguirá na Justiça e os outros 11 envolvidos continuarão respondendo judicialmente. A defesa pede R$ 30 mil de danos morais e ressarcimento do dobro do valor perdido pela idosa.

Infelizmente, o caso dessa mulher não é isolado. Os golpistas aproveitam da boa fé, da solidão e da ingenuidade, principalmente dos idosos, para realizar seus esquemas fraudulentos. Enquanto sociedade, é preciso adotar medidas urgentes para evitar essas armadilhas.

O poder público, os bancos e instituições financeiros devem criar programas de prevenção e educação voltados para a terceira idade, ensinando a identificar golpes. Assim como as famílias têm que exercer o papel vital de proteção de seus membros mais velhos. Conversas regulares sobre segurança digital, ajuda na gestão de contas online e monitoramento de transações financeiras podem prevenir muitos golpes. Estamos falando de uma responsabilidade coletiva.

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