Desde os teares da Revolução Industrial, passando pela digitalização, que exterminou muitas profissões, até chegar, recentemente, à era da Inteligência Artificial, a resistência à tecnologia se mostra, em quase todas as ocasiões, uma batalha perdida.

Todo avanço tecnológico traz consigo bônus, mas também ônus. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores, televisores e tablets, tem despertado preocupações crescentes, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes. Estudos indicam que a exposição prolongada a telas pode trazer uma série de consequências negativas para o desenvolvimento físico, psicológico e social dessa população.

Um dos principais argumentos contra o uso excessivo de tecnologia por jovens é o impacto negativo na saúde física. Crianças que passam horas diárias em frente a telas estão mais propensas a desenvolver problemas como miopia e outros distúrbios visuais. Além disso, a falta de atividades físicas, associada ao tempo prolongado sentado em frente a dispositivos eletrônicos, pode levar ao sedentarismo, resultando em problemas de saúde relacionados ao peso e ao desenvolvimento motor inadequado. Pesquisas também indicam que o uso contínuo de dispositivos eletrônicos pode afetar o sono das crianças, uma vez que a luz azul emitida por essas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio responsável pela regulação do sono.

No âmbito psicológico e cognitivo, os efeitos do uso excessivo de tecnologia também são alarmantes. Especialistas alertam para o risco de desenvolvimento de déficit de atenção e dificuldades de concentração em crianças que têm acesso ilimitado a dispositivos eletrônicos. Isso ocorre porque muitos dos conteúdos consumidos, especialmente vídeos curtos e de alta estimulação visual, dificultam a capacidade das crianças de se concentrar em atividades mais longas e de desenvolver habilidades de resolução de problemas.

Recentemente, a preocupação chegou até à Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). A intenção, segundo a deputada Márcia Huçulak (PSD), que também é enfermeira, não é proibir as telas, mas discutir estratégias para a redução do tempo de uso. E neste caso, a família tem papel fundamental. A solução vai além da imposição. Neste caso, passa muito mais pelo exemplo, com o incentivo a atividades que não envolvam telas a todo o momento. Desta forma, será possível garantir que as novas gerações cresçam de maneira saudável, desenvolvendo todo o seu potencial físico, emocional e social.