O Brasil celebra hoje o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. O direito conquistado em 1977 é um dos pilares fundamentais para a manutenção de uma sociedade democrática. Ao longo das décadas, diferentes desafios se impõem ao exercício do jornalismo profissional.

A popularização das redes sociais e da inteligência artificial, que começa a deixar o espectro de realidade distante e passa a ser acessível ao cidadão comum, chega para somar neste processo democrático. Porém, as benesses proporcionadas pela tecnologia também trazem riscos consideráveis.

No momento em que o país se prepara para mais um processo eleitoral, as autoridades já traçam estratégias para combater as notícias falsas, as populares “fake news”. Se antes, elas circulavam por meio de notas mal redigidas, hoje têm maior capacidade de persuasão ao modificar vídeos, modular vozes, enfim, alterar a realidade a serviço de interesses escusos.

Diante deste cenário, a imprensa livre mostra-se imprescindível à democracia. Ela garante o direito dos cidadãos de serem informados sobre os eventos e decisões que impactam suas vidas, além de promover a transparência dos poderes públicos e privados. O jornalismo profissional desempenha um papel vital nesse cenário.

Sem uma imprensa livre, a transparência diminui, a corrupção pode aumentar, e o direito dos cidadãos à informação é severamente prejudicado. Para isso, o apoio da sociedade se faz extremamente necessário. Em tempos de polarização política acentuada, muitos parecem querer consumir conteúdo que corroborem com o seu pensamento já formulado.

Apoiar o jornalismo profissional passa pelo suporte financeiro, mas vai muito além. É entender que um veículo plural é porta-voz dos mais diferentes setores da sociedade. Um jornal deve construir pontes para um diálogo em prol do bem comum, e nunca o contrário. O que não implica em denunciar irregularidades ou apontar decisões que se mostrem equivocadas, independente de governos.

A produção jornalística, assim como qualquer atividade, é um trabalho que necessita de retorno financeiro para ser viável. Assim, é extremamente necessário e justo que esse conteúdo seja valorizado por sua relevância à sociedade, devendo ser, por exemplo, ressarcido pelas grandes plataformas tecnológicas que o utilizam. Sem livre mercado não há concorrência. Sem concorrência não há publicidade. Sem publicidade não há imprensa livre e sem imprensa livre não há democracia plena.

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