São Paulo - O Starship, veículo projetado pela SpaceX para levar astronautas de volta à superfície da Lua, ganhou os ares mais uma vez nesta quinta-feira (6), no quarto voo-teste integrado realizado pela companhia a partir da Starbase, instalação localizada em Boca Chica, no Texas, Estados Unidos.

O veículo decolou pouco depois das 9h (pelo horário de Brasília), no começo da janela de duas horas reservada para o lançamento, e a separação dos dois estágios se deu como o previsto, dois minutos e 45 segundos depois.

Dentre os objetivos novos para esse novo voo de teste estão o retorno controlado do primeiro estágio, chamado de Super Heavy, com um pouso suave no mar - manobra realizada com sucesso - e a sobrevivência do segundo estágio, o Starship propriamente dito, à feroz reentrada na atmosfera terrestre, quando o exterior do foguete é exposto a temperaturas que podem chegar a 1.500 graus Celsius. No teste anterior, o estágio acabou destruído no início da descida.

Após esse quarto voo, a cadência dos testes deve aumentar. Ao conceder autorização para o procedimento, a FAA (agência americana que regula aviação civil e lançamentos espaciais comerciais) já levou em consideração que alguns elementos do veículo são experimentais e naturalmente sujeitos a falha: a proteção térmica para a reentrada, o sistema de flaps para guiar o estágio pela atmosfera e o acendimento dos motores para a queima de pouso.

Isso significa que, caso algum desses eventos não se dê como o desejado, não será preciso realizar uma investigação antes que a SpaceX possa voltar a voar - exceto se isso causar algum dano ou ferimento a alguém, o que uma virtual impossibilidade no meio do oceano Índico, onde o Starship deve descer.

Na prática, as chances são boas de que a SpaceX realize mais quatro ou cinco voos do foguete ainda neste ano.

Em uma apresentação feita em abril na Starbase, Elon Musk disse esperar que a SpaceX consiga realizar a recuperação do primeiro estágio com um pouso diretamente na plataforma de lançamento até o fim deste ano, e a recuperação do segundo estágio até o fim de 2025.

Musk costuma ser exageradamente otimista em suas estimativas, mas essas projeções não parecem tão absurdas. Ainda assim, é pouco para quem, como a Nasa, quer usar o Starship em um pouso lunar tripulado a ser realizado até o fim de 2026.