São Paulo - O advogado e lobista Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, foi considerado culpado por posse ilegal de arma de fogo. É a primeira vez que o filho de um presidente dos Estados Unidos é condenado por um crime durante o mandato de seu pai.

Hunter foi acusado de mentir sobre seu vício em drogas para comprar uma arma. Ao comprar um revólver calibre .38, em 2018, o filho de Biden teria declarado falsamente que não consumia drogas ilegais.

Em sua defesa, Hunter alegou que não se considerava um viciado naquele momento e que não usa drogas desde 2019. Ele foi considerado culpado em três acusações.

O filho de Biden também foi condenado por posse ilegal de arma de fogo. Hunter manteve a arma comprada em 2018 por 11 dias.

O júri decidiu pela condenação, mas a sentença ainda não foi definida. O veredicto do colegiado composto por 12 membros foi unânime em cada uma das acusações, como determina a lei americana.

Hunter pode pegar até 25 anos de prisão e ser obrigado a pagar uma multa de até US$ 750 mil (cerca de R$ 4 milhões, pela cotação atual). Segundo a emissora americana CNN, a pena deve ser muito mais leve porque o filho de Biden é réu primário e não tem antecedentes criminais.

Hunter não depôs durante o julgamento, que aconteceu em sua cidade natal. A primeira-dama Jill Biden assistiu às sessões em Wilmington, Delaware, por vários dias. Joe Biden não compareceu, mas disse que ele e sua esposa estavam "orgulhosos" de Hunter. "Como presidente, não faço comentários sobre casos federais pendentes. Como pai, tenho um amor infinito, confiança e respeito pela força de meu filho", disse Biden em comunicado.

Ao deixar o tribunal, o filho de Biden não falou com repórteres. Depois que o veredicto foi lido, Hunter abraçou e beijou familiares e amigos.

Ele ainda enfrenta acusações de evasão fiscal na Califórnia. Os julgamentos complicam os esforços dos democratas para manter o foco em Trump, o primeiro ex-presidente americano a ser condenado criminalmente. O republicano acusa seus adversários de usar os processos criminais aos quais responde para impedir que ele volte à Presidência em novembro, em sua revanche com Joe Biden.