Pandemia exige redução de funcionários em condomínios
Prédios precisam rever serviços de limpeza e priorizar as áreas que ainda estão sendo usadas; rodízio de funcionários também é uma opção para reduzir o risco de contaminação
PUBLICAÇÃO
sábado, 11 de abril de 2020
Prédios precisam rever serviços de limpeza e priorizar as áreas que ainda estão sendo usadas; rodízio de funcionários também é uma opção para reduzir o risco de contaminação
Larissa Teixeira/Folhapress
Diante da orientação das autoridades para reduzir o número de pessoas circulando na cidade em razão da pandemia de coronavírus, condomínios precisaram se adaptar a um menor números de funcionários trabalhando diariamente. Muitos dispensaram trabalhadores que pertencem ao grupo de risco, como os que têm mais de 60 anos, e síndicos e administradores se viram obrigados a repensar quais tarefas são essenciais para o funcionamento do prédio. "Todos estamos vivendo situações novas e precisamos aprender", comenta Jaques Bushatsky, advogado especializado em direito imobiliário.
Com exceção da equipe de segurança, que deve ser mantida, Bushatsky afirma que precisam ser definidas as prioridades. "A limpeza minuciosa de maçanetas e botões do elevador, que não eram tão importantes antes, passam a ser", diz. O advogado ainda orienta que a limpeza de partes da área comum que estão fechadas não precisa ser feita com tanta frequência. O rodízio de funcionários também é uma opção para reduzir o risco de contaminação, explica André Vinicius Hernandes Coppini, advogado atuante em direito condominial.
A quantidade de funcionários que precisam estar no condomínio todos os dias vai depender do tamanho da área comum e da quantidade de moradores do local. "Cabe ao síndico avaliar o que precisa ser feito e adequar isso ao seu quadro funcional, levando em conta características como idade e estado de saúde", explica Bushatsky . Cabe ao síndico ainda a orientação dos funcionários sobre as formas de contágio da Covid-19 e como eles podem evitar a contaminação durante o trabalho.
No caso de afastamento de funcionários, Bushatsky explica que alguns síndicos têm antecipado as férias para justificar a ausência. Segundo ele, a medida resolve a situação por enquanto. "É importante ficar atento à recomendação das autoridades nos próximos dias, para que as decisões tenham segurança jurídica."
Distribuição de tarefas
Lurdes Affonso, 70 anos, é síndica de um condomínio na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Dos seis funcionários, um está afastado por pertencer ao grupo de risco. O faxineiro está sendo substituído pelo folguista, que costuma cobrir o dia de descanso dos colegas, e tem algumas tarefas feitas pelo zelador. Todos os funcionários são contratados diretamente pelo condomínio.
Lurdes Affonso conta que, devido ao excesso de trabalho e ao reforço na limpeza, está contratando mais uma pessoa para o serviço. Mas "se mais alguém ficar doente, espero que não, vou ter que fazer outro sistema de folga", afirmou a síndica. Para ela, este momento exige trabalhar com calma e tranquilidade. Ela ressalta a importância da conversa entre funcionários do condomínio e moradores para entender a situação e ajudar no que for necessário. "Precisa ter bom senso e paciência porque é uma fase que nós todos vamos ter que passar", afirma.