Imagem ilustrativa da imagem Sindicatos avaliam inclusão de funcionários em grupos prioritários como “tardia”
| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (6), a inclusão de trabalhadores dos Correios e bancários nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19 é “tardia” e “pouco eficaz”, avaliaram representantes dos sindicatos destas categorias profissionais em Londrina. A avaliação levou em conta o estágio atual da imunização no município - população geral com mais de 40 anos. A inclusão no PNI (Plano Nacional de Imunizações) deve surtir maior efeito entre trabalhadores das agências bancárias, já que funcionários dos Correios têm, em geral, idades mais avançadas.

Na ocasião em que a medida foi anunciada, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, avaliou que metade dos cerca de 500 mil bancários no País está em home office. No entanto, o trabalho remoto não deverá ser um fator que irá atrasar a vacinação nesta parcela de profissionais em comparação com os que seguiram em suas atividades de forma presencial, divulgou o Ministério. Queiroga também disse que a decisão foi tomada após análise de dados destes setores.

Na esfera federal, pedidos de inclusão das categorias nos grupos prioritários da vacinação já haviam sido feitos logo nos primeiros meses da pandemia. Já em Londrina, a medida também tramitou no Poder Legislativo na forma de um indicativo ao Poder Executivo, o que foi aprovado pelos vereadores após solicitação feita pela diretoria do Sindicato dos Bancários. Pedidos também foram protocolados na Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, a inclusão da categoria como grupo prioritário não foi transformada em lei.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, Felipe Pacheco, cerca de 340 mil bancários em todo o País ainda não foram vacinados. “Então, mesmo sendo tardia, ela vem em um momento necessário”, avaliou.

Ele disse que, por possuírem alta rotatividade, os postos de trabalho em agências bancárias acabam sendo ocupados por pessoas mais jovens. Essa realidade é o que explica a ausência da vacinação na maior parcela deste grupo de profissionais.

O Sindicato dos Bancários de Londrina possui cerca de 1,5 mil funcionários atuando em 24 municípios da região em seu quadro de filiados. “As agências bancárias ainda têm uma alta procura apesar dos processos de digitalização dos serviços. Ainda temos momentos, como no começo do mês, sem falar nos benefícios que a Caixa está pagando. Então, sabemos que, até pela pouca circulação de ar nas agências, são ambientes altamente contagiantes para o vírus. O bancário acaba sendo um agente de transmissão, por isso também a importância de vaciná-los”, avaliou Pacheco.

Secretário de Saúde e Bem-estar do Sintcom-PR (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná), Cristian Felipe Ratz Pires avaliou que a medida será ineficaz para a categoria. "Lamentamos que o governo federal tenha demorado um ano e quatro meses para adotar a inclusão, sendo que a maioria dos funcionários já tomou a primeira dose ou até as duas, seja por idade ou por possuírem comorbidades, e no país já somam centenas de mortos”, lamentou.

Em nota, ele também lamentou que sete funcionários dos Correios que atuavam na RML (Região Metropolitana de Londrina) morreram em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 somente no mês de junho.

Questionada sobre o tema, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) disse que aguarda as orientações da Coordenação Geral do PNI.

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