O juiz da 4ª Vara Cível de Londrina, Jamil Riechi Filho, determinou que os proprietários da boate Level 2, que funcionava na Avenida Higienópolis, no Parque Guanabara, região sul, paguem uma indenização de R$ 40 mil pelas agressões praticadas por dois seguranças contra o estudante Arthur Brunetti, 26 anos. O caso aconteceu na madrugada de 16 de setembro de 2018 dentro da casa noturna. A decisão saiu na semana passada. Ainda cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Paraná.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça condena donos de boate de Londrina a indenizar jovem agredido por seguranças
| Foto: iStock

Acompanhado de amigos, Arthur diz na ação que saía do local perto das 4h45, "quando alguns seguranças permitiram que pessoas desconhecidas furassem a fila". Ele questionou o funcionário, momento em que teria sido agredido. Alega ainda que foi levado para uma área interna e espancado com chutes e pontapés no rosto, que acabou sendo desfigurado. A vítima foi encaminhada pelos colegas para uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), onde recebeu atendimento médico.

No decorrer do processo, a defesa da boate sustentou a falta de provas de que Arthur "se encontrava dentro do estabelecimento". Os representantes do estabelecimento afirmaram que "a região da Higienópolis é conhecida por casas noturnas, bares e restaurantes e o autor (no caso a vítima) poderia ter sofrido as lesões em qualquer um destes locais. A ação dos seguranças é proteger o bem-estar dos clientes, local em que transtornos são comuns. Não temos qualquer responsabilidade por quaisquer danos".

Arthur estuda no exterior e na época veio ao Brasil visitar alguns amigos. As agressões repercutiram rapidamente nas redes sociais e fizeram com que a boate emitisse uma nota na página oficial do Facebook. A empresa afirmou que "está em atividade contínua desde junho de 2009 e que não tolera nenhum tipo de violência, assédio moral ou sexual, homofobia e racismo dentro do local". Porém, a manifestação não citava nada sobre as acusações envolvendo os seguranças.

A FOLHA entrou em contato com o escritório de advocacia que defende a casa de shows, que preferiu não se manifestar. A reportagem ligou no número da boate disponível na internet, mas o telefone deu como não existente. De acordo com o advogado do estudante, Gabriel Escudero César, a empresa fechou. "A Justiça demorou pra dar uma decisão, mas ficamos contentes com a sentença. Como a Level 2 não funciona mais, vamos tentar reverter essa indenização com o patrimônio do estabelecimento. Se não der certo, buscaremos bens dos proprietários", explicou.

César assinar a ação junto com o advogado Bruno Henrique Gralike Trigo. Como ainda há espaço para recursos judiciais, o dinheiro deve demorar para sair. "O Arthur nunca vai se recuperar desse trauma. O lado psicológico foi muito abalado", completou.

(atualizado às 18h50)

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