A guarda municipal Cássia Munhoz, irmã do piloto londrinense Otávio Augusto Munhoz Silva, que foi resgatado depois de ficar 13 dias perdido em mata fechada em Roraima, revelou detalhes da queda da aeronave e do resgate do irmão. Ela classificou que o irmão foi "salvo por um milagre".

Imagem ilustrativa da imagem Irmã de piloto revela detalhes de operação de resgate
| Foto: Arquivo Pessoal

Segundo ela, a notícia do desastre chegou ao conhecimento da família na noite de 27 de setembro, entre 20h e 21h. “O avião caiu por volta das 17h. Naquele dia, por conta do horário, não foi possível fazer buscas. Pela manhã do dia 28, meu pai entrou em contato com a Força Aérea Brasileira, que foi muito solícita e voou até o local."

"No final da tarde do dia 28 fomos informados que a aeronave foi localizada”, revelou. Pelo horário, a FAB precisou ir no dia seguinte, porque havia a necessidade de descer de rapel para verificar a aeronave e checar se o piloto estava no local. “No dia 29, a FAB retornou, fez o rapel e chegou à aeronave. Foi constatado que o Otávio não estava ali. O pessoal encontrou uma pegada perto da aeronave que provavelmente era dele e foi iniciada a busca por terra.”

A mobilização em busca do piloto envolveu moradores que têm mais conhecimento do terreno. “O Otávio ficou 13 dias na mata. Ele caminhou todos os dias e dormiu durante as noites. No último dia, encontrou um rio no qual conseguiu nadar e boiar. Ele ficou por cinco horas nesse rio que deságua no Mucajaí, onde foi resgatado por um barqueiro.”

“No dia do resgate fomos informados que ele foi localizado e nos dirigimos para um local onde pudemos reencontrá-lo. Ele passou por uma bateria de exames, que estavam normais, mas estava debilitado física e emocionalmente.”

LEIA TAMBÉM:

+ Piloto londrinense é resgatado em floresta de Roraima

Munhoz ressaltou que o irmão dela relatou que a aeronave perdeu sustentação sobre a copa de uma árvore. “A árvore não aguentou o peso e foi descendo aos poucos. O que não deixou o avião cair totalmente foram os cipós, mas o avião pendeu para um lado. Quando meu irmão retirou o cinto para sair, a porta abriu e ele caiu de uma altura considerável.”

Na queda, Otávio bateu a cabeça e ficou atordoado. Quando retomou a consciência, percebeu que havia combustível caindo sobre ele. “Ao olhar para a aeronave viu um princípio de incêndio e com dificuldade conseguiu se levantar e sair de perto, porque havia possibilidade de explosão.“ Após certo tempo, tentou retornar à aeronave, mas não conseguiu localizá-la. "A mata é muito densa. Procurou uma direção e começou a caminhar todos os dias na mesma direção até encontrar um rio com passagem de pessoas para que ele pudesse ser resgatado.”

Cássia agradeceu a Deus e todas as pessoas que oraram para que "esse milagre fosse alcançado". "Quero fazer um agradecimento especial à nossa família, que nos sustentou e nos auxiliou nos momentos de fraqueza e nos incentivaram a continuar. Amo vocês.”

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.