Defesa de Panucci apresentará embargos sobre caso de diretor da UENP
Professor foi condenado a 21 anos de prisão pela morte de Sérgio Roberto Ferreira
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Professor foi condenado a 21 anos de prisão pela morte de Sérgio Roberto Ferreira
Vitor Ogawa - Grupo Folha
O advogado de defesa do professor Laurindo Panucci Filho, Diego Moreto Fiori, afirmou que na segunda-feira (15) vai apresentar embargos relacionados ao Tribunal do Júri que condenou o seu cliente por homicídio triplamente qualificado do diretor do campus da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), Sérgio Roberto Ferreira, no município de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro). A condenação ocorreu na quinta-feira (11), quando o conselho de sentença do Tribunal do Júri acatou os argumentos da promotoria e estabeleceu pena de 21 anos e quatro meses de reclusão. “Depois que o juiz se manifestar nos embargos, eu tenho cinco dias de prazo para recorrer da sentença”, declarou Fiori.
Fiori afirmou que a sentença era um resultado que poderia ocorrer. “Pois o julgamento foi em Cornélio Procópio, havia muita comoção na cidade, por isso que a defesa lutou para transferir o júri para outra comarca”, declarou.
“Eu mesmo não esperava esse resultado. Condenaram ele por meio cruel, mesmo que o laudo do IML (Instituto Médico-Legal) diga categoricamente que não houve a incidência da qualificadora. O médico assistente foi claro em dizer que o meio cruel não existiu”, reforçou. “Agora é analisar a sentença e verificar se vamos ou não recorrer”, pontuou.
Segundo ele, caso recorra, a questão não é combater os argumentos da promotoria, mas sim, julgar contra as provas dos autos. “Uma prova disso é o meio cruel, onde o laudo do IML alega de forma categórica que não ocorreu e os jurados condenaram ele por isso”, apontou. Ele afirma que dois médicos deram pareceres que não houve meio cruel no ato.
O promotor de Justiça Criminal, José Paulo Montesino, refutou os argumentos da defesa e apontou que a vítima ficou 20 minutos agonizando até o socorro chegar. Ele pontuou que conseguiu mostrar aos jurados, inclusive com a linha do tempo, toda a dinâmica para que entendessem o que aconteceu naquele dia. “Mostrei as filmagens do momento de chegada e saída de veículos, do momento que a vítima recebeu a ligação do réu, consegui o comprovante de compra da machadinha, com a hora que ele comprou”, enumerou.
Montesino argumentou que o tribunal do Júri precisava ser realizado em Cornélio Procópio, porque a vítima era um cidadão procopense. “A vítima já estava em casa e o réu ligou e atraiu o diretor para a faculdade. O MP comprovou que o réu o atacou pelas costas”, afirmou. Montesino afirmou que as provas são robustas. “Esperamos que esse processo transite em julgado com a condenação do acusado.”
A filha de Sérgio Roberto Ferreira, a fisioterapeuta Daiene Ferreira, ressaltou que o julgamento ocorreu como esperava. “Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado e recebeu a pena máxima que poderia ser atribuída a ele. Foi muito difícil acompanhar tudo de perto. Ouvimos muitas inverdades ditas pela defesa e principalmente pelo réu, todas sem fundamento algum, e isso ficou muito claro para todos com a explanação do promotor de justiça”, afirmou.
“Ao ouvir a sentença o sentimento foi de gratidão e de justiça. Foi feito o máximo dentro de nossas leis”, declarou. Ela admitiu a possibilidade da defesa recorrer da sentença. “Com certeza irá recorrer. Estamos muito confiantes que o resultado será mantido. A acusação deixou tudo muito claro de como os fatos ocorreram. Meu pai era uma pessoa do bem. Os depoimentos confirmam isso”, enalteceu a fisioterapeuta.
Ela reforçou que seu pai sempre esteve muito presente em suas vidas. “Extremamente protetor, amoroso, e sempre fez tudo pela família. A falta dele em nossas vidas é diária e constante. A memória dele sempre estará viva para a minha filha e todos nós, ele nos ensinou amor, honestidade e respeito pelas pessoas, isso não é algo que se perde, será para sempre uma parte dele conosco”, afirmou a filha da vítima.
O assistente de acusação, Leandro Giovenazzi, afirmou que , foram vários meses de estudo e dedicação analisando todos os detalhes do processo. “A família sentiu um pouco de alívio e conforto ao saber da condenação e, apesar da revolta em ficar frente a frente com o assassino, respeitaram as autoridades no plenário do júri”, declarou.