Aos poucos, cada pessoa ou família que chegava à Catedral de Londrina ia deixando suas doações, seja de comida, roupa ou produtos de higiene. Em um concerto solidário com 17 corais na noite desta sexta-feira (10), a expectativa era de receber ao menos duas toneladas de doações para serem enviadas às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O ato é uma tentativa de amenizar o sofrimento de milhares de famílias que perderam tudo.

O concerto solidário foi organizado pelo Coral Unicanto, que tem como maestro José Mário Tomal. Ele afirmou que a cidade de Londrina é considerada como um polo de canto e coral por ser o lar de dezenas de grupos. A partir da corrente de solidariedade que vem ganhando espaço Brasil afora, surgiu a ideia de reunir os grupos para promover um concerto solidário para auxiliar as vítimas de um dos piores eventos climáticos já vistos no país.

Os corais de Londrina e região se mobilizaram em prol da ação, totalizando mais de 300 pessoas trabalhando para que o evento alcançasse o maior número de pessoas. Em duas horas e meia de concerto, cada coral apresentaria dois cantos para uma plateia de cerca de mil pessoas. O concerto solidário, segundo ele, é uma oportunidade de as pessoas conhecerem os grupos de toda a região, assim como de fazer uma doação para “os irmãos gaúchos”.

A GM (Guarda Municipal) vai fazer o envio dos mantimentos, roupas e sapatos arrecadados para o Rio Grande do Sul já na próxima segunda-feira (13). “A gente está vendo tanta tristeza lá, então não tem como não se mobilizar. Nesse momento temos que pensar em nos unir como seres humanos”, afirma.

Para a colombiana Luz Angela Ardila, 46, que mora há apenas duas semanas em Londrina, as consequências das inundações ainda vão perdurar por um longo período, então cada iniciativa de solidariedade é uma atitude que considera “muito humana”. “Todas as coisas materiais são passageiras, o que você leva é o que você pode dar aos outros”, afirma.

A aposentada Maristela Jorge Marques, 59, levou alimentos como macarrão e arroz para doação. Ela diz que, mesmo que de longe, ver a situação catastrófica no Rio Grande do Sul trouxe um sentimento de tristeza. “Nós temos que fazer a nossa parte, cada lugar que a gente vai a gente leva alguma coisinha para doação, vai rezando, vai orando, porque a oração também ajuda”, afirmou.

O aposentado Hélio Fernandes Ribeiro, 65, reforçou que cada pessoa precisa fazer a sua parte, nem que seja pouco, já que, no final, faz a diferença. “Acabou com tudo lá. É só por Deus. Agora é só esperar a água baixar para ver o que fazer”, lamentou.