Carreata pede a reabertura das escolas em Londrina
Cerca de 100 veículos conduzidos por pais de alunos, representantes de escolas privadas e profissionais que atuam na área da educação na cidade participam do manifesto na tarde deste sábado (16)
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sábado, 16 de janeiro de 2021
Cerca de 100 veículos conduzidos por pais de alunos, representantes de escolas privadas e profissionais que atuam na área da educação na cidade participam do manifesto na tarde deste sábado (16)
Marcos Roman - Grupo Folha
Uma carreata promovida por pais de alunos, gestores escolares e profissionais que atuam na área da educação em Londrina está percorrendo ruas do centro da cidade na tarde deste sábado (16). Os manifestantes pedem o retorno das aulas em escolas privadas e públicas localizadas no munícipio. Cerca de 100 veículos participam do protesto que está sendo liderado pelo mesmo grupo que montou um acampamento em frente à prefeitura na última quinta-feira (14).
“Estamos participando de um movimento nacional criado pelo grupo Mães em Ação e que está acontecendo hoje em mais de 30 cidades do Brasil. Nossa intenção é que as aulas sejam retomadas em Londrina, tanto em instituições privadas quanto públicas”, enfatizou Nábila Dourado, bacharel em Direito e uma das líderes do protesto em Londrina.
Mãe de dois filhos, de três e dois anos, Nábila diz que os manifestantes estão pedindo que a prefeitura permita a reabertura das escolas e também o acesso de crianças menores de 5 anos em espaços públicos. “Estão privando nossos filhos de um direito constitucional. A própria Organização Mundial da Saúde e a Unicef já mostraram estudos que comprovam que seguindo os protocolos de segurança a volta para a sala de aula não irá nem aumentar e nem diminuir os índices da pandemia. O que queremos é que os pais decidam se querem ou não que seus filhos estudem e frequentem espaços públicos”, ressaltou.
Entre os argumentos destacados por ela para a reabertura das escolas estão problemas psicológicos que muitas crianças estão sofrendo com a restrição do convívio escolar e social. “Tem muita criança sofrendo transtornos como irritabilidade, insônia, obesidade e crises nervosas. Conheço pais que não têm com quem deixar os filhos e que optaram por monitorar as crianças por meio de câmeras instaladas em casa. Muitas delas ficam sozinhas em casa o dia inteiro. É praticamente como viver em uma solitária”, diz.
Representante das escolas de Londrina, Márcia Kibayashi salientou que os manifestantes londrinenses têm solicitado a volta das aulas seguindo todos os protocolos estabelecidos por entidades de saúde. “Pedimos que a retomada seja gradual e facultativa que é para garantir a segurança das crianças. Estamos realizando esse protesto não só em nome dos pais e estudantes, mas também em nome de toda a cadeia econômica que é movimentada pelas 150 escolas da cidade que representamos e que inclui pessoas que atuam como professores, seguranças, motoristas de vans, profissionais de limpeza, entre outras funções”, detalhou.
Mãe de dois filhos, a empresária Ana Carolina Venturelli conta que resolveu aderir ao protesto que teve início às 14h30, no estacionamento do Zerão, para apoiar o grande número de pais que não têm com quem deixar os filhos durante a pandemia. “A situação está complicada para todo mundo. Eu ainda tenho a oportunidade de trabalhar no formato home office, mas nem todas as mães têm esse privilégio e acho que cabe aos pais decidirem se querem ou não que seus filhos voltem às aulas durante a pandemia”, afirmou.
A líder da carreata em Londrina informou que após um grupo de aproximadamente 60 pessoas acompanharem em frente à prefeitura pedindo a volta às aulas, conseguiu agendar uma reunião com autoridades locais para falar sobre as reinvindicações dos manifestantes. “Temos um encontro agendado com os secretários municipais de Saúde e de Educação agendado para a tarde da próxima segunda-feira (18). Esperamos conseguir sensibilizá-los sobre a importância de incluir a educação entre os serviços essenciais da cidade para garantir o direito das crianças voltarem para as escolas”, concluiu Nábila.