Aleitamento materno previne doenças e fortalece o vínculo entre mães e filhos
A amamentação é vista como um momento de carinho e de troca; ato ajuda a reduzir o risco de câncer de mama
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 31 de julho de 2024
A amamentação é vista como um momento de carinho e de troca; ato ajuda a reduzir o risco de câncer de mama
Jéssica Sabbadini - Especial para a Folha
Apelidado de “ouro líquido”, o leite materno deve ser o único alimento dos bebês até os seis meses de vida. Rico em nutrientes, ajuda no desenvolvimento das crianças e traz benefícios para as mães, já que reduz o risco de doenças no pós-parto. Nesta quinta-feira (1°) é comemorado o Dia Mundial da Amamentação, um ato que conecta ainda mais mães e filhos.
Enfermeira do Banco de Leite do HU (Hospital Universitário) de Londrina, Renata Portero Wielganczuk explica que a amamentação traz ainda benefícios como o auxílio durante a recuperação pós-parto, redução do risco de hemorragias e do desenvolvimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e câncer de mama. O ato contribui para a redução das taxas de progesterona, hormônio que favorece o surgimento desse tipo de câncer.
O leite materno fornece nutrição completa e ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, desenvolvimento cognitivo e prevenção de diarreias e infecções nos bebês.
Para as mães “de primeira viagem”, Wielganczuk reforça que o leite deve ser o único alimento oferecido ao bebê durante os seis primeiros meses de vida. O desmame é um processo natural e gradual, já que, conforme o bebê começa a consumir alimentos mais sólidos, vai continuar a mamar. O recomendado é manter a amamentação até os dois primeiros anos de vida da criança.
A amamentação também é vista e sentida como um momento de conexão entre mãe e filho, uma vez que fortalece o vínculo emocional. É normal, no entanto, que mães enfrentem dificuldade no início da fase de amamentação e da apojadura, que é o momento em que o leite começa a ser produzido após o parto.
MOMENTO ÚNICO
Há um mês a pequena Luísa, de 1 ano e 9 meses, “ganhou o título de irmã mais velha”. Isso porque o irmão Antônio chegou ao mundo, realizando o sonho dos pais. A empresária Ana Carolina Cezario Vanzella Mazzarin, 26, conta que sempre teve o desejo de ser mãe e de poder amamentar, principalmente por conta dos benefícios do leite materno.
“Poder proporcionar o leite materno aos meus filhos é uma alegria sem fim. É a certeza de que eles estão sendo muito bem nutridos, tudo o que eles precisam está presente em cada mamada”, ressalta.
Mazzarin garante que essa fase vem sendo um processo “muito tranquilo, assim como na primeira vez”. O pequeno Antônio mama, em média, 15 vezes ao dia. Para ela, o ato promove “uma conexão única entre mãe e filho”. “É um momento só nosso. A troca de olhares, a troca de afetos, são momentos que fazem todos os desafios da maternidade valerem a pena”, afirma.
Mãe de primeira viagem de Theo, de 4 meses, a enfermeira Débora Maria Ramos Damasceno Rorato, 31, ressalta que gestar e ser mãe são as maiores mudanças na vida de uma mulher, já que é um período de alterações físicas e psicológicas. Mas garante que “não há coisa melhor”.
Rorato conta que sempre viu o processo como algo natural. “Amamentar é maravilhoso. É como gestar fora da barriga. Algo só meu e dele. É fortalecer o nosso vínculo. Ele não vai se lembrar desses momentos, mas com certeza eu nunca vou esquecer”, afirma.
Com apenas 40 dias de vida, o filho teve uma bronquiolite, quando a amamentação precisou ser suspensa por dois dias. “Foi muito doloroso. Valorizo muito mais esse momento depois que passamos por isso”, afirma.
BANCO DE LEITE
A doação de leite materno pode ser feita por qualquer mulher em fase de amamentação que produz uma quantidade de leite superior à necessidade do filho. Com uma média de 200 doadoras, o Banco de Leite do HU está com o estoque abaixo do adequado.
A enfermeira Renata Portero Wielganczuk explica que nos últimos dias o banco chegou a ficar com apenas 19 litros de leite disponíveis, sendo que o ideal é pelo menos 60 litros no estoque.
O leite doado é destinado para bebês que nascem prematuramente e ficam internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal do HU. Cada bebê pode consumir de três a cinco mililitros de leite a cada três horas; outros, já maiores, chegam a consumir até 100 mililitros.
O leite doado passa por um processo de pasteurização, em que é aquecido para eliminação de patógenos, preservando todos os nutrientes.
As mulheres que têm alguma dificuldade de amamentação ou que produzem leite em excesso e querem fazer a doação podem entrar em contato com o Banco de Leite do HU pelo telefone (43) 3371-2629 ou pelo Instagram @bancodeleitehulondrina.