FOLHA ENEM | Caderno 1 - Linguagens e Códigos
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Folha de Londrina
Caderno de questões - linguagens e códicos (ctrl+p para imprimir)
1. (ENEM - adaptada)
TEXTO I
TEXTO II
Speto
Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa.
Revista Zupi, n. 19, 2010.
O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos
a) na influência da expressão abstrata.
b) na representação de lendas nordestinas.
c) na inspiração das composições repentes musicais.
d) nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
e) nos usos característicos de grafismos dos skates.
2. (ENEM - adaptada)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que
a) o indivíduo pode recorrer à dissimulação na tentativa de ser aceito em sociedade.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) as pessoas procuram mostrar seus reais sofrimentos na tentativa de evitar a inveja em outras pessoas.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
3. (ENEM 2016)
Texto I
Texto II
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído.
DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1985.
Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão
a) da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação.
b) das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise.
c) da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela arte moderna.
d) do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa.
e) da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua história pessoal.
4. (Colégio Marista)
Eu careço de amar, viver careço
Nos montes do Brasil, no Maranhão,
Dormir aos berros da arenosa praia
Da ruinosa Alcântara, evocando
Amor … Pericuman! … morrer … meu Deus!
Quero fugir d’Europa, nem meus ossos
Descansar em Paris, não quero, não!
Oh! por que a vida desprezei dos lares,
Onde minh’alma sempre forças tinha
Para elevar-se à natureza e os astros?
Aqui tenho somente uma janela
E uma jeira de céu, que uma só nuvem
A seu grado me tira; e o sol me passa
Ave rápida, ou como o cavaleiro:
E lá! a terra toda, este sol todo
E num céu anilado eu m’envolvia,
Como a água se perde dentro dele.
Ingrato filho que não ama os berços
Do seu primeiro sol. Eu se algum dia
Tiver de descansar a vida errante,
Caminhos de Paris não me verão:
Através os meus vales solitários
Eu irei me assentar, e as brisas tépidas
Que meus cabelos pretos perfumavam,
Dos meus cabelos velhos a asa trêmula
Embranquecerão: quando eu nascia
Meu primeiro suspiro elas me deram;
Meu último suspiro eu lhes darei.
(Sousândrade. Harpas selvagens. Disponível em: http://migre.me/oc10Q.)
Sousândrade é um representante do Romantismo no Brasil. No poema, há um eu -lírico que:
a) se queixa do espaço na Europa, mas se resigna em seu sentimento.
b) coloca a natureza europeia como superior à brasileira.
c) Se orgulha especificamente do Maranhão, o Brasil, e de Paris, na Europa.
d) Exibe orgulho por estar em terras europeias, onde quer que termine sua vida.
e) Exalta a natureza brasileira, com sentimento saudosista de sua terra de origem.
5. (Colégio Marista)
Leia a tirinha abaixo:
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/11835/tirinhas-humor-nas-aulas
O ponto central de uma tirinha humorística pode centrar-se numa crítica que leva o leitor a uma reflexão muito atual. Ao analisar a tira, a reflexão proposta tem como foco:
a) As férias mal aproveitadas pela infância na atualidade.
b) O uso excessivo de recursos tecnológicos.
c) A mudança de hábito entre as infâncias no seu tempo livre
d) Os videogames como recursos de desenvolvimento infantil
e) A prática usual de produção textual com o tema “Minhas férias”
6. (Colégio Marista)
Disponível em : http://www.institutoccr.com.br/noticias/saude/109930-campanha-em-prol-da-doacao-de-sangue-
A campanha publicitária faz uso de diversos recursos a fim de atingir o propósito a que se coloca. Dentre esses recursos, podemos destacar:
a) a divulgação das redes sociais do instituto de compartilhar a campanha na internet.
b) o uso de verbos no imperativo, característica da função fática da linguagem.
c) a linguagem dirigida diretamente ao leitor, destacando a função conativa da linguagem
d) a menção ao coronavírus, uma vez que a doação de sangue é mais que necessária em crises sanitárias.
e) A utilização da cruz de emergência para destacar que a doação de sangue é mais urgente no período da pandemia.
7. (Colégio Marista)
"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta." Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo - a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. (POMPÉIA, R. O Ateneu – crônica de saudades. S.P.: FTD, 1991. p. 13.)
Diante dos fatos narrados, das pessoas e dos espaços envolvidos, nota-se que o narrador de O Ateneu é:
a) participante da narrativa, embora seja observador de fatos transcorridos.
b) imparcial, observando, de longe, o que se passa na infância, fazendo uso do flashback.
c) protagonista, participa da narrativa e conta os episódios por meio do fio da memória.
d) imparcial, embora participe ativamente de cada fato por meio de sua memória
e) impassível diante do que é narrado, uma vez que é mero observador.
8. (ENEM)
Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará.
Ele está comprometido de monge.
De tarde deambula no azedal entre torsos de
cachorros, trampas, trapos, panos de regra, couros,
de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas
albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,
linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em
gotas de orvalho etc. etc.
Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi encontrado em osso.
Ele tinha uma voz de oratórios perdidos.
BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com o Pote Cru porque
a) entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos.
b) elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina.
c) valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as ruínas e a tradição.
d) necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza.
e) acompanha-o na opção pela insignificância das coisas
9. (ENEM)
A pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que:
a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza.
b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo.
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais.
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento.
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.
10 (Colégio Marista)
Society
It's a mystery to me
We have a greed
With which we have agreed
You think you have to want
More than you need
Until you have it all you won't be free
Disponível em: https://www.letras.mus.br/vedder-eddie/1095186/traducao.html
Em diversas canções, é possível perceber que os compositores fazem uso de suas produções artísticas para expressar a forma como interpretam o mundo e as pessoas. Na letra dessa música, o compositor aborda:
a) A necessidade das pessoas de pertencer à sociedade.
b) A vida simplista escolhida por algumas pessoas.
c) O enfraquecimento da sociedade materialista.
d) O fim da busca pela liberdade da sociedade.
e) A forma como a ganância controla as pessoas.
11. (Colégio Marista)
Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unicentro_lem_pdp_claudia_jonson.pdf
O anúncio publicitário sempre fará uso de recursos extremamente apelativos no intuito de convencer seu público – alvo acerca de um propósito. No anúncio em questão, o produto, figurativamente:
a) age de forma irônica com o público alvo, destacando seu valor de mercado.
b) desafia a capacidade de consumi-lo considerando todas as características positivas.
c) coloca-se de forma inovadora no mercado de comidas veganas.
d) apresenta-se como o principal produto dentre as empresas de fast- foods.
e) Exalta seu tamanho em relação aos demais produtos da categoria.
12. (ENEM)
A obra de Rubem Valentim apresenta emblema que, baseando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se transformam em produção artística. A obra Emblema 78 relaciona-se com o Modernismo em virtude da
a) simplificação de formas da paisagem brasileira.
b) valorização de símbolos do processo de urbanização.
c) fusão de elementos da cultura brasileira com a arte europeia.
d) alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira nacional.
e) composição simétrica de elementos relativos à miscigenação racial.
13. (Colégio Marista)
Narciso (1597-9), pintura de Caravaggio
A pintura é uma manifestação artística que expressa emoções, leva o espectador à emoção e à apreciação estética. Nesse sentido a obra de Caravaggio veicula:
a) ironia ao determinar um padrão de beleza a ser seguido.
b) ironia intertextual entre a obra e o mito grego de narciso
c) crítica ao egocentrismo dos que se preocupam somente com seus próprios interesses.
d) crítica à busca pela juventude à qual se subordina o homem.
e) crítica ao egocentrismo gerado pela busca incessante de status social e ascensão de classes.
14. (ENEM)
Olá! Negro
Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos
e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor
tentarão apagar a tua cor!
E as gerações dessas gerações quando apagarem
a tua tatuagem execranda,
não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!
Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,
negro-fujão, negro cativo, negro rebelde
negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que foste para o algodão de USA
para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga
de todos os senhores do mundo;
eu melhor compreendo agora os teus blues
nesta hora triste da raça branca, negro!
Olá, Negro! Olá, Negro!
A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
LIMA, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento).
O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social assinalado por
a) modernização dos modos de produção e consequente enriquecimento dos brancos.
b) preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos.
c) superação dos costumes antigos por meio da incorporação de valores dos colonizados.
d) nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condição de pobreza.
e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.
acesse o gabarito com as respostas para as questões no link abaixo
FOLHA ENEM | Gabarito de questões - Caderno 1 - Linguagens e Códigos
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