Comprometida com a formação teórica e prática dos alunos, a rede municipal de ensino em Londrina segue ativa no combate à dengue. Na sala de aula e em atividades de estudo de campo, estudantes de todos os anos escolares observam e colocam em ação atitudes em favor de toda a comunidade.

Assim, o que é aprendido não fica só no mundo das ideias, mas é aplicado no cotidiano dos pequenos cidadãos, cientes de que um simples recipiente ao relento, pode se transformar em um criadouro do mosquitos e provocar danos sérios à saúde e até levar à morte.

Feito verdadeiros agentes da informação, os estudantes do município também se abastecem de conhecimento e, atualizados, difundem a real situação em Londrina em um compromisso de alerta, conscientização e também de saúde pública, pois compreendem os prejuízos oriundos de tantas pessoas afastadas de seus trabalhos e em tratamento das sequelas de uma doença passível de ser evitada.

Recente exemplo de combate é a produção de redações de alunos da Escola Municipal Francisco Pereira de Almeida Junior, região leste de Londrina. Fruto de esclarecimentos e uma busca incansável pela mudança de comportamento da população, os alunos cumprem um papel relevante na sociedade.

A unidade tem como diretora Luciane Lopes Carvalho Martins, como diretor auxiliar Wagner Wenseslau Almirão e as coordenadoras pedagógicas são: Sarita Angeli, Rafaela Ragazzi e Giselle Rosa

Por meio da atividade proposta pelas professoras Elaine Menezes Bueno e Eva Marcondes da Silva, do 5º ano do Ensino Fundamental I, um estudo prévio com conversas, aulas expositivas, leitura de reportagens de jornal, foi possível provocar questionamentos e ações.

De acordo com as educadoras, há uma profunda reflexão e a sensibilização permanente entre nossos alunos sobre o impacto da ação humana na proliferação do mosquito transmissor da dengue.

E uma conclusão real sobre: "Dengue, de quem é a culpa? De nós mesmo, a população", foi tema de redações onde, de acordo com os professores, os alunos expressaram também a indignação perante a falta de educação.

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"As crianças, por meio da escrita, deixaram claro que compreenderam as aulas e entenderam que a redução de casos da doença depende de cada um fazer sua parte, adotar atitudes de higiene, limpeza e realizar os descartes de lixo devidamente", explicam.

Diante dos números de casos em Londrina, região e em todo o País, os alunos reforçam, o sentimento de quão grave é a enfermidade e tomam para si a responsabilidade de alterar o cenário. "Elas são conscientes que a responsabilidade e o combate permanente dependem de ações integradas de toda a comunidade e não somente do Estado", esclarecem.

Nesse sentido, os educadores consideram que protagonismo dos estudantes, em dia com o que aprendem nas escolas, influenciam e conscientizam as famílias, os vizinhos e comunidade, de modo geral.

Entre os textos elaborados, o da estudante Nicole Isabelly Alves Cyrino é uma referência das produções textuais. "Segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o país com mais casos de dengue", escreve. E explica que é mais bem mais simples prevenir, do que remediar.

"Verifique as caixas d'água, e limpe-as corretamente. Se tiver animais, limpe as vasilhas toda semana, retire a água de pneus, limpe as calhas e vire as garrafas de boca para baixo", ensina. E faz um apelo na conclusão de seu texto: "É realmente muito fácil. Não queremos que mais ninguém morra por dengue".

A aluna Nicole Isabelly Alves Cyrino é  referência nas produções textuais que têm como objetivo evitar a proliferação dos mosquitos
A aluna Nicole Isabelly Alves Cyrino é referência nas produções textuais que têm como objetivo evitar a proliferação dos mosquitos | Foto: Divulgação

CONTEÚDO INTERDISCIPLINAR

Na Escola Municipal Senador Gaspar Velloso, as ações de combate e conscientização sobre a dengue se renovam por meio de atividades práticas dos 407 alunos - distribuídos na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação para Jovens e Adultos.

A unidade tem como diretora Sheila Lucia Brandão Favero. De acordo com as coordenadoras da unidade, Flávia Dantas de Faria da Silva e Ronise Luíza Vitor Barbosa, as turmas abordaram o tema dengue, como um fator atrelado à Educação Ambiental. "O ponto de partida para o estudo foi a origem, prevenções ou precauções a serem tomadas para evitar a picada e, principalmente, como evitar a proliferação do mosquito.

Entre as atividades, os estudantes produziram cartazes apresentando o ciclo de vida do mosquito da dengue, formas de bloquear o acesso do mosquito ao local onde tem água parada e capturaram mosquitos e analisaram os analisaram no microscópio. "Além disso, fizeram produções de texto e apresentações sobre pesquisas relacionadas à doença, forma de transmissão, sintomas e tratamento".

A escola considera que tenha um papel importante nesse processo de abordar o tema com os alunos. "Sim, porque por mais por mais que se fale nas mídias sociais, é na escola que se intensifica o processo de conscientização, estudando e entendendo porque precisamos cuidar do meio ambiente como um todo, não somente evitando a dengue, mas, também outros problemas associados à poluição e à propagação de outras doenças", observam as coordenadoras.

Nesse processo de aprendizagem e troca de informações, os alunos relatam sobre as vivências e alguns até testemunham o próprio caso. Já assimilaram que a falta de cuidado com o meio ambiente não apenas facilita a propagação do mosquito Aedes aegypti, mas também cria um ciclo vicioso de impactos negativos na saúde pública, na economia e na qualidade de vida das pessoas.

As coordenadoras relatam que os alunos reconhecem também a sobrecarga do Sistema Único Saúde - o aumento no número de casos de dengue coloca pressão sobre hospitais e clínicas, resultando em filas mais longas, escassez de leitos e recursos médicos, e um maior custo para os sistemas de saúde pública.

No estudo sobre as consequências da dengue no organismo, aprenderam sobre as complicações na saúde e, em casos de dengue grave, as complicações podem incluir falência de órgãos e choque hemorrágico, exigindo cuidados médicos intensivos e prolongados. Ou seja, o estudo é interdisciplinar.

"Pensando também nos impactos na rotina e na qualidade de vida, podemos citar as faltas escolares: crianças com dengue precisam se ausentar da escola, o que pode atrasar seu aprendizado e desenvolvimento; perda de produtividade, adultos com dengue perdem dias de trabalho, o que pode levar à perda de renda e produtividade; o custo econômico, com despesas médicas: tratamentos médicos e hospitalares para a dengue podem ser caros, especialmente em casos graves", citam.

As educadoras reconhecem ainda as despesas com prevenção e que já integram o orçamento das famílias: "investir em repelentes, telas protetoras e outros meios de prevenção representa um custo adicional para as famílias. Também não podemos esquecer do impacto psicológico: a preocupação constante com a saúde e o medo de contrair a doença ou vê-la se espalhar entre familiares e amigos pode causar ansiedade e estresse".

Assim, as educadoras explicam que a adoção de medidas preventivas e a conscientização ambiental são essenciais para quebrar esse ciclo e promover um ambiente mais saudável e seguro para todos.

Na Escola Municipal Senador Gaspar Velloso,  as ações de combate e conscientização sobre a dengue se renovam por meio de atividades práticas de 407 alunos
Na Escola Municipal Senador Gaspar Velloso, as ações de combate e conscientização sobre a dengue se renovam por meio de atividades práticas de 407 alunos | Foto: Divulgação

É tempo de férias. E de prática pedagógica também

O recesso escolar neste período do ano letivo de 2024 será de 8 a 19 de julho. As aulas serão retomadas no dia 23 de julho na rede municipal de educação de Londrina e outras cidades.

Em formação permanente, em 22 de julho os professores realizam prática pedagógica - momento de reuniões administrativas, planejamento e retomada das aulas.

Com um protocolo referencial, as dinâmicas podem variar de uma unidade para outra tendo como perspectiva uma gestão pautada na comunicação, no planejamento e pautadas em temas comuns à comunidade escolar. Um exemplo, a inclusão.

Ao estudar, planejar, executar, acompanhar, refletir e avaliar, educadores buscam meios para melhorar sua prática educativa, transformando, assim, o seu fazer pedagógico.

Essa formação é permanente e mediada pelas relações estabelecidas entre os profissionais que atuam na unidade escolar, uma vez que todos têm objetivos educacionais em comum como garantir a aprendizagem de todos os estudantes.

Até a volta!