Múltiplas e desafiadoras, as funções do professor também se curvam ao dinamismo da Educação. Todo educador desempenha papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem, sendo responsável por orientar, motivar e inspirar os alunos a alcançarem seu pleno potencial.

Facilitador do conhecimento, mediador do aprendizado, estimulador da criatividade, avaliador do desempenho, orientador do processo de ensino, modelador de comportamentos , facilitador da autonomia são as principais funções.

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E essas exigem habilidades de comunicação, empatia, flexibilidade e comprometimento. Ao desempenhar essas funções com dedicação e profissionalismo, o professor contribui significativamente para o sucesso educacional dos alunos e também marca momentos importantes. Nesta edição, conheça alguns professores de Cambé e de Londrina que dedicam-se com esmero em suas atividades. Quem fala sobre suas habilidades são seus colegas de profissão. Para os professores homenageados, a matéria desta edição da Folha Cidadania é uma surpresa.

Adrielly Rocatelli Marestoni: a professora de Cambé que transporta alunos para o mundo da fantasia contando histórias
Adrielly Rocatelli Marestoni: a professora de Cambé que transporta alunos para o mundo da fantasia contando histórias | Foto: Divulgação

EDUCAÇÂO DE QUALIDADE

A professora Adrielly Rocatelli Marestoni, 29 anos, trabalha na Escola Municipal Padre Symphoriano Kopf, Jardim Santo Amaro, Cambé. Moradora do município, é concursada na rede municipal de ensino desde 2022 e, antes de ingressar, dava aulas de ballet infantil. Para seus colegas, a profissional é a união perfeita entre o dom natural para ensinar e a sólida formação acadêmica.

Em 2019, Marestoni, concluiu seu Mestrado: "Da Leitura na Escola à Leitura no Espaço Não Formal: Aproximação e Distanciamento Para a Formação de Leitores" e, em 2024, o Doutorado: "Práticas de Leitura Literária nos Anos Iniciais: Uma Proposta Didática à Luz da Teoria da Atividade de Ensino."

Dedicada, responsável e querida pelos seus alunos do 2º ano C, é também admirada pelos demais educadores e por toda a comunidade escolar. Está sempre disposta a contribuir para a construção de uma educação de qualidade e para superar desafios. Um de seus talentos é a contação de histórias, fundamental para a formação dos alunos. Sua voz é instrumento que envolve as crianças, transportando-as para mundos de fantasia e aventura.

Simone Aparecida Aranda, de Londrina, com a aluna Kauanny Suzano: compartilhamento de ideias
Simone Aparecida Aranda, de Londrina, com a aluna Kauanny Suzano: compartilhamento de ideias | Foto: Divulgação

ALFABETIZADORA DINÂMICA

A professora Simone Aparecida Aranda, 46 anos, leciona para alunos da Educação Infantil na E.M. Dr. Joaquim Vicente de Castro, no Conjunto Cafezal, Londrina. Muito respeitada, executa um trabalho de excelência há oito anos na unidade. Com seriedade, comprometimento e carinho, sua dedicação é exemplar e por isso atrai a admiração de colegas, pais e alunos - também por sua capacidade na solução de problemas.

Mais do que cumpridora de suas obrigações, aprofunda-se até que os alunos compreendam de fato os assuntos estudados. Temas do Projeto Vida não escapam de seu olhar e por isso assuntos como Dengue, Direitos Humanos, Ambiente, Consciência Étnico Racial, Saúde e Autocuidados são transmitidos. Receptiva, acolhedora e competente, Aranda realiza-se em sua atividade profissional e também é referência para educadores de mais escolas.

Dinâmica, a alfabetizadora destaca-se em tudo o que faz e segundo os seus colegas, seus relatórios são tão completos e bem feitos que servem de exemplo. Compartilha ideias, colabora com todos, sabe trabalhar de forma coletiva e recebe bilhetes o tempo todo de seus alunos. Algo que marca muito sua rotina é saber reconhecer necessidades, habilidades e investe seus conhecimentos sem distinção.

Simone de Freitas Amaral França, de Cambé, compreende a Educação em constante transformação
Simone de Freitas Amaral França, de Cambé, compreende a Educação em constante transformação | Foto: Divulgação

CRIATIVIDADE E ORGANIZAÇÃO

Professora Simone de Freitas Amaral França tem 35 anos, trabalha no Centro Municipal de Educação Infantil, em Cambé, e dá aulas para alunos do P4. Considerada uma profissional acessível, é concursada e demonstra grande habilidade em lidar com as novas orientações. Ao compreender que a Educação também está em constante transformação, a educadora renova os seus conhecimentos sem titubear e destaca-se também pela iniciativa.

Não por acaso, conquista todos os dias o respeito e carinho de pais, responsáveis, de seus alunos e gestores. Criativa e com energia para lidar com turmas de idade tão tenra, demonstra que o amor pela Educação é seu combustível também para enfrentar adversidades.

Com um desempenho singular, é responsável por disciplinas como Português, Matemática, Ciências e sua atuação é admirada também porque dosa a doçura com a altivez junto aos alunos. Um ambiente organizado, respeitoso e cheio de capricho é o que oferece. A sala decorada, o cantinho da leitura são parte de seu zelo com a Educação.

Claudia dos Santos Gaspar Evangelista dedica-se a alunos de 29 a 81 anos no EJA do Novo Amparo, em Londrina
Claudia dos Santos Gaspar Evangelista dedica-se a alunos de 29 a 81 anos no EJA do Novo Amparo, em Londrina | Foto: Divulgação

O PRAZER DE ENSINAR ADULTOS

A professora Claudia Aparecida dos Santos Gaspar Evangelista, 56 anos, dedica-se à Educação de Jovens e Adultos - EJA, na Escola Municipal Elias Kawan, no Conjunto Novo Amparo. Na rede municipal de ensino de Londrina desde 2018, atua nas duas primeiras etapas da formação de jovens e adultos. É considerada uma profissional empática, comprometida, acolhedora.

Com um perfil totalmente adequado para alunos da EJA, sempre expressou o desejo de permanecer com os estudantes porque conhece profundamente suas necessidades. Com alunos de 29 a 81 anos, desenvolve também um papel motivacional perante cada um.

Com habilidade, é paciente, fala com pausa, clareza e sabe da necessidade de repetição, pois seus alunos não tiveram incentivo e oportunidade para estudar nas fases convencionais da vida. Entre os feedbacks que a professora recebe de seus alunos quando aprendem a decodificar o alfabeto e a ter independência, o sentimento comum é o de libertação.

Conseguir ler a bíblia, ver as horas, identificar o ônibus, assinar o próprio nome são resultados práticos do ensino ofertado pela EJA. Consequentemente, a autonomia, a autoconfiança e o orgulho de si mesmo também passam a compor a identidade das pessoas que, ainda que tarde, puderam aprender a ler e a escrever.

A professora Grazielle Rodrigues da Fonseca Ferreira, de Cambé, é apaixonada pela Literatura Infantil
A professora Grazielle Rodrigues da Fonseca Ferreira, de Cambé, é apaixonada pela Literatura Infantil | Foto: Divulgação

DECLARAÇÃO DE AMOR À PROFISSÃO

A professora de Educação Infantil Grazielle Christina Rodrigues da Fonseca Ferreira, 41 anos, é concursada pela prefeitura de Cambé e atua no CMEI Hugo Gonçalves, bairro Antônio Euthimio Casarotto Escritora e contadora de histórias, é apaixonada pela Literatura Infantil. Sempre sonhou ser professora e tem fotos bem pequena dando aulas para suas bonecas.

À frente de duas turmas da educação infantil - aquela que considera base - realiza-se. "A etapa mais importante, quando as crianças estão descobrindo o que é estar no mundo, o começo do ser cidadão", expõe. Seus alunos tem entre dois e quatro anos de idade.

"Muito jovem, passei em um outro concurso, onde acabei exercendo funções administrativas e comerciais, e como era uma profissão também com estabilidade, acabei permanecendo por 20 anos, mas sempre com um 'espaço aberto no peito", recorda.

Com maturidade, conta que percebeu que era possível esse sonho se tornar realidade. "Eu já era mãe, e faltava esse pedacinho da missão para cumprir e suprir essa vontade que havia no coração", diz. Graduada e pós-graduada em Geografia, iniciou a formação também em Pedagogia; E especializou-se Libras, Psicopedagogia e Psicanálise. E então submeteu-se ao concurso para exercer o Magistério na Prefeitura de Cambé.

"Passei. Bem colocada. Parecia um sonho. Era questão de tempo para meu propósito acontecer. Fui convocada e precisava então me desvencilhar do outro concurso, onde já estava estabilizada, porém em outra área de atuação. Muitas pessoas na época se posicionaram contra, me lembrando das dificuldades que existem ao ser professora", conta.