Os três irmãos Cairan, Luara e Iraquitan Fagundes, que formam o Grupo Anamá, de Maringá, apresentam o espetáculo "Eu existo" nesta segunda-feira (26), em duas sessões: às 16 e 19h, no Espaço Villa Rica. O evento faz parte da programação do FILO 2023.

LEIA MAIS:

FILO 2023: 'Habite-me" mostra a vida com a morte sempre à espreita

De maneira lúdica e divertida, o grupo conta a história do personagem Canelinha a partir da manipulação de bonecos, levando ao palco parte da realidade das crianças em situação de rua. Os atores manipuladores darão vida a seis personagens que marcarão a aventura do garoto e convidam o público infantojuvenil para conhecer essa experiência.

A obra traz uma reflexão importante sobre um cenário de extrema vulnerabilidade cada vez mais comum nas ruas das cidades brasileiras, em que muitas vezes essas crianças parecem invisíveis socialmente. O último estudo que contabilizou o número de crianças em situação de rua no Brasil, feito em 2019 pela ONG Visão Mundial, revelou a existência de aproximadamente 70 mil menores de idade nessa condição. A pandemia de Covid-19 contribuiu para essa conjuntura. Só na cidade de São Paulo, eram 3,7 mil em maio de 2022, de acordo com o Censo de Crianças e Adolescentes realizado pela Prefeitura.

"O espetáculo trata de um tema muito tocante que sempre nos leva para um lugar de reflexão sobre estes corpos que estão nesta situação. O sentimento mais presente é a empatia por estas pessoas", diz Luara.

Os ingressos estão à venda pelo site do FILO e pela plataforma Sympla. Os valores são R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).

SOBRE O GRUPO

Formado em 2011, o Grupo Anamá (termo de origem tupi que significa tribo ou família) surgiu da necessidade de colocar em prática a formação cultural de seus integrantes, que são filhos dos bonequeiros Rô Fagundes (Cia. FantoKid´s) e Sandro Maranho (Cia. Ateliê Mão Dupla), e explorar linguagens e técnicas inovadoras em sua área de atuação. O grupo conta que, devido à formação e buscas pessoais, utiliza a linguagem teatral para se humanizar e consequentemente humanizar o público.

"Em 2018 começamos a pesquisar sobre o tema de pessoas em vulnerabilidade social e nos deparamos com um número alarmante de crianças em situação de rua. Por sermos um grupo de teatro de formas animadas e trabalharmos muito com o universo infantil, achamos necessário abordar o tema de forma lúdica", conta a atriz manipuladora.

A estreia deste espetáculo foi em 2019 e essa será a primeira apresentação do grupo fora da cidade natal. "O FILO é um festival superimportante da região e é uma honra termos sido convidados enquanto grupo representando Maringá", afirma.

O PERSONAGEM

Luara Fagundes fala do boneco Canelinha, o principal personagem

Canelinha tem esse nome por causa das canelinhas aparentes das crianças em situação de rua
Canelinha tem esse nome por causa das canelinhas aparentes das crianças em situação de rua | Foto: Luara Fagundes/ Divulgação/ FILO 2023

"O personagem principal se chama Canelinha e é manipulado por três atores manipuladores, no caso eu, Luara, o Cairan e o Iraquitan. Nós três damos vida ao personagem que concebemos juntos. O nome escolhido é por conta das canelinhas aparentes, característica que surgiu na construção do personagem, no qual entendemos que por se tratar de uma criança este corpo teria esta brincadeira com a desproporcionalidade.

Atuar neste espetáculo é desafiador já que o personagem principal ganha vida através de três pessoas diferentes, e devido à técnica de manipulação que escolhemos (manipulação direta), com muitos ensaios desenvolvemos uma sintonia e praticamente uma coreografia para conseguirmos executarmos os movimentos do boneco Canelinha", explica Luara.

Supervisão: Célia Musilli/ Editora

SERVIÇO

“Eu existo” – Espetáculo do Grupo Anamá (Maringá – PR)

Data: segunda-feira (26), às 16h e 19h (duas sessões)

Local: Espaço Villa Rica (R. Piauí, 211)

Classificação indicativa: Livre

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). À venda no site do FILO e pela plataforma Sympla.