Em encontro com candidatos, público não pode fazer perguntas

Baixo orçamento para cultura, equipamentos culturais abandonados, equipe da Secretaria Municipal de Cultura desfalcada e outros problemas para o desenvolvimento do setor estão entre alguns dos desafios que o próximo prefeito de Londrina terá de enfrentar a partir de janeiro de 2025.

Para o eleitor tentar vislumbrar quais caminhos e propostas o futuro prefeito irá adotar para solucionar esses problemas, os sete candidatos à Prefeitura participaram na noite de segunda-feira (09) de um encontro no auditório da AML Cultural (Associação Médica de Londrina) em que apresentaram seus planos para a área de cultura do município.

AUDITÓRIO LOTADO

O evento foi promovido pelo Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Compac).O auditório, que estava lotado, foi ocupado por artistas, produtores culturais, público em geral, mas a maior parte da plateia era de correligionários, equipes de campanha e muitos cabos eleitorais dos candidatos.

Ao final do encontro, todos os candidatos assinaram cartas de compromissos elaboradas pelos promotores do evento, que traziam propostas e demandas para o setor.

O encontro foi dividido em três blocos. No primeiro, os candidatos apresentaram suas propostas para o setor cultural. Na segunda parte do evento, a presidente do CMPC, Núria Akemi Hocama, e a vice-presidente do Compac, Eloísa Ribeiro Rodrigues, apresentaram as principais demandas e propostas levantadas pelos dois conselhos. No encerramento, todos os candidatos fizeram suas considerações finais.

Não houve espaço para perguntas entre os postulantes à cadeira de prefeito, nem para o público que acompanhou o evento, embora essa expectativa fosse grande entre os artistas e produtores culturais que queriam fazer um debate.

A ordem de apresentação pelos candidatos foi definida por sorteio.Todos os candidatos reconheceram, em suas falas, a importância da Cultura e da preservação do Patrimônio Cultural para o desenvolvimento social e econômico de Londrina. Bem como, todos eles demostraram conhecer as dificuldades e as demandas do setor.

COMPROMISSOS

Todos tiveram acesso, antes do encontro, ao Termo de Compromisso com a Política Pública de Cultura e de Preservação do Patrimônio Cultural, que foi firmado ao final pelos sete candidatos. Em resumo, o documento, elaborado pelos organizadores do evento, trouxe as seguintes demandas para o bom funcionamento da gestão da cultura no município: compromisso com o Sistema Nacional de cultura e seus elementos implantados em Londrina; compromisso com as deliberações das Conferências Municipais de Cultura; fortalecimento da Secretaria Municipal de Cultura e suas demandas; fortalecimento da Política Pública de Fomento à Cultura; compromisso com a preservação do patrimônio cultural de Londrina e o compromisso da retomada da construção do Teatro Municipal.

PROMESSAS

O primeiro a falar no evento, foi o candidato Tiago Amaral (PSD), que afirmou estar comprometido a devolver a Londrina o status de “referência em eventos de expressões artísticas”. “No nosso plano de governo falamos muito de indústria, comércio, saúde, segurança, mas a cultura também tem um lugar de destaque, como estratégia para a sua retomada no centro da cidade e nas diferentes regiões de Londrina”, prometeu.

A candidata Professora Maria Tereza (PP) afirmou que irá recompor o quadro de servidores da Secretaria Municipal de Cultura e também prometeu “pelo menos dobrar o orçamento para o setor nos próximos quatro anos”. “Vamos promover um plus no Promic para instituições que realizem eventos e ações inclusivas, para dar acesso a todas as pessoas”, disse.

O candidato Coronel Villa (PSDB) também se comprometeu a dobrar o orçamento da cultura. “Aplicar 0,39% do orçamento na Cultura é uma vergonha”, enfatizou Villa, ao se referir ao atual percentual destinado pela Prefeitura ao setor. “Também precisamos levar cultura para as escolas no contraturno”, disse.

A candidata Izabel Diniz (PT) prometeu destinar “no mínimo” 3% do orçamento do município para a Cultura. “Não basta ampliar o orçamento, precisamos recompor o quadro de servidores da Cultura”, afirmou. A candidata se comprometeu a retomar as obras do Teatro Municipal. “Uma vergonha Londrina ter de devolver recursos públicos ao Tesouro pois a Prefeitura não deu conta de aplicar esses recursos no teatro”, afirmou.

O candidato Diego Garcia (Republicanos) disse que seu plano de governo contempla um “eixo específico para a Cultura” que vai ao encontro das demandas constantes na carta de compromisso assinada no evento. “Vamos lutar para manter as ações e estratégia que estão em andamento, mas queremos ampliar e atender que está lá na ponta, nas comunidade carentes”, destacou. Ele disse ainda que vai buscar junto a “multinacionais, grandes empresas para apoiar projeto culturais de Londrina. Tudo que está previsto na carta de intenções, vamos colocar em prática já no primeiro ano de nosso governo”, prometeu.

O candidato Barbosa Neto (PDT) afirmou que também pretende retomar a construção do Teatro Municipal. “Um teatro muda o perfil da cidade. Vamos colocar a cultura no centro (de sua administração), como a educação e saúde”, disse. Barbosa também disse que vai trazer a festa de Natal para o centro de Londrina e abrir editais para que produtores culturais façam parte da programação, e prometeu fomentar as vilas culturais.

O candidato Tercílio Turini (MDB) também se comprometeu a revitalizar o centro de Londrina, destacando a importância do Calçadão para as manifestações culturais e políticas. Turini também prometeu ampliar o orçamento destinado à cultura, recompor o quadro de servidores da Secretaria de Cultura e apoiar a manutenção do Promic. Ele comparou o Promic ao SUS como programa importante para a cultura nas políticas públicas.

RESPEITO AOS CONSELHOS

As representantes dos Conselhos Municipais de Cultura e do Patrimônio Cultural fizeram uma exposição dos documentos com as propostas e demandas assinadas pelo candidatos. A presidente do Compac, Eloísa Rodrigues também pediu para que o futuro prefeito “respeite os pareceres do conselho, que são ignorados, e que as cartas de intenções sejam respeitadas, não só no discurso”, destacou.