No domingo (14) de manhã, os corredores do Colégio Aplicação foram ocupados por sons de diversos instrumentos: começava a programação pedagógica do 44º Festival Internacional de Música de Londrina (FIML) que, assim como a programação artística, vai até o próximo domingo (21).

Na terceira edição do Festival como professor de regência, o maestro Luiz Martins, da Orquestra Filarmônica de Alagoas, veio de Maceió e fala de um diferencial do FIML em relação aos demais festivais: o caráter social, já que a organização tem parcerias com projetos sociais e abre bolsas de estudos na programação pedagógica para os seus participantes.

Luiz é coordenador pedagógico do projeto Sons do Nosso Lar, que atende pessoas de alta vulnerabilidade. Para esta edição do festival, o maestro trouxe mais dois alunos do projeto para participarem dos cursos. "Uma grande marca do Festival de Londrina, de alguns anos pra cá é proporcionar formação para pessoas que estão estudando em projetos sociais", diz.

Luiz também fala de um dos objetivos do FIML: a provocação relacionada à questão pedagógica, o pensamento voltado para a formação de pessoas. Comenta que, além de estudar e ensaiar com seus professores e turmas, os alunos têm a oportunidade de criar laços com pessoas de todo o Brasil: "A partir daí, eles conseguem ter uma visão um pouco mais ampla do universo da música, e da música profissional, também. A música é para todos e deve ser acessada por todos."

Ele também será o maestro do concerto de encerramento do Festival: o Encontro de Orquestras Sociais, no próximo domingo, às 10h30, com entrada gratuita.

ENCONTRO DE MÚSICOS

Também integrante da Orquestra Filarmônica de Alagoas, o professor de música Patricio Laranja participa de sua terceira edição consecutiva no FIML como aluno no curso de Regência. Segundo ele, o nível técnico apresentado e ensinado no Festival é alto e, por isso, consegue melhorar a cada ano e leva os conhecimentos adquiridos de volta para seus alunos e colegas em Maceió.

"O que me fez voltar mais uma vez foi a busca pelo conhecimento em geral, aprimorar minha experiência e ter esse contato presencial com outros regentes, outros professores e com os músicos em geral, acredito que isso agrega bastante à nossa carreira musical", diz.

Patricio Laranja , de Alagoas, e Renan da Conceição, do Rio de Janeiro,  se conheceram no FIML em 2023 e se reencontraram este ano
Patricio Laranja , de Alagoas, e Renan da Conceição, do Rio de Janeiro, se conheceram no FIML em 2023 e se reencontraram este ano | Foto: Natália Perezim

Além de proporcionar uma troca grande entre músicos de todo o Brasil, o FIML também é palco para o nascimento de amizades. Renan da Conceição, professor de regência, do Rio de Janeiro, participa do Festival também pela terceira vez e, em 2023, conheceu Patricio no curso de Regência, se tornaram grandes amigos e tiveram a oportunidade de se reencontrar agora em 2024.

Segundo Renan, outra característica importante do Festival em Londrina é a inclusão de alunos de todos os níveis, desde o iniciante ao mais avançado. Renan participa do projeto Ação Social pela Música do Brasil e comenta que está com altas expectativas para este ano, já que conseguiu trazer seis de seus alunos para participarem do Festival em cursos variados. "É importante dar essa continuidade. Essa novidade de trazer os meus alunos é o mais empolgante. Esse frio na barriga de conhecer novos músicos, tocar um repertório mais desafiador, acho que isso estimula bastante", diz. Também ressalta a importância dos festivais na formação profissional desses adolescentes que, muitas vezes, estão em situações de vulnerabilidade. "Aqui, são os alunos de projetos sociais que, futuramente, tocarão em orquestras. Ter esse contato desde já é muito importante. O futuro começa nos festivais", diz