Rio de Janeiro - O Flamengo levou um duro golpe na goleada sofrida para o Botafogo. Com as mesmas justificativas sobre calendário e lesões, o clube entende ser impensável seguir vivo em todas as competições sem fazer uma janela de transferências robusta. No entanto, deixar as contratações para as duas últimas semanas pode ser fatal para os objetivos do rubro-negro.

O limite para fazer contratações é 2 de setembro. O clube ainda não acertou com nenhum jogador na atual janela e tem a situação mais encaminhada com Michael, que ainda precisa ajustar detalhes e assinar o contrato.

Apesar da demora, as contratações são a única forma de seguir adiante. O clube entende não ter condições de manter as três frentes sem as reposições necessárias. A saída iminente de Wesley e a provável de Fabrício Bruno agravam o quadro.

Para a Libertadores não há mais tempo. Agora, o Fla só pode ter novos jogadores caso avance às quartas.

O clube tenta fazer um planejamento a médio e longo prazo que passa pelas contratações. Além de sobreviver nos torneios, fazer as movimentações e brigar até o final para terminar a atual gestão com taças.

A situação na temporada não é favorável. No Brasileiro, tem cinco pontos de desvantagem para o líder Botafogo e um jogo a menos. Na Libertadores, apesar dos 2 a 0 da ida sobre o Bolívar, decide a vida na altitude de La Paz, local onde tem tido dificuldades, na quinta-feira. Além disso, o elenco acumula problemas físicos e cansaço.

Apesar das reclamações serem as mesmas em todos os jogos, o Flamengo é o nono time da Série A com mais partidas no ano. O Fortaleza, agora segundo, tem 53, enquanto o líder Botafogo soma 53. Bragantino e Bahia têm 52, Cuiabá, Athletico-PR e Palmeiras 51, enquanto Grêmio fez 49. Corinthians, Fluminense, Flamengo e São Paulo estão empatados com 48.

Tite ainda bate na tecla de que não vai priorizar competições, mas na prática não tem sido desta maneira. No clássico, o treinador foi a campo sem o time completo e tirou titulares no decorrer da partida pensando na quinta-feira. Ele classifica como "inevitável" a mescla com os reservas.

A ideia da comissão técnica era que o Botafogo e o Bolívar eram praticamente um jogo só. Ou seja, precisava poupar nesse para ter todos à disposição na quinta. Por isso, optou por tirar Gerson, Ayrton Lucas e Fabrício Bruno no decorrer da partida.

O Flamengo tem várias dúvidas e problemas físicos. Arrascaeta ainda fará exames e não sabe se viaja para a Bolívia. De la Cruz pediu para não ir ao sintético do Nilton Santos. Luiz Araújo tentou até a manhã de domingo ficar à disposição.

As mudanças já estavam pensadas antes da partida. "Não é poupar ninguém, é dar saúde, ter o mínimo mesmo correndo o risco de o desempenho cair. Não queria tirar o Gerson. Assim como Ayrton e Fabrício. Iria sobrecarregar a sequência, tempo de recuperação. Essas substituições foram planejadas", disse Tite.