Imagem ilustrativa da imagem Brasil fatura mais duas pratas com Rebeca Andrade e Caio Bonfim

Paris - O Brasil ficou perto de conquistar nesta quinta-feira (1) o primeiro ouro nos Jogos de Paris. O "quase" da ginasta Rebeca Andrade e do atleta Caio Bonfim se transformaram em medalhas de prata na ginástica artística individual geral e na marcha atlética e foram muito festejadas pelos brasileiros.

Com as duas conquistas, o Brasil chegou a três medalhas de prata - a outra foi do judoca William Lima - e três de bronze com Larissa Pimenta (Judô) e Rayssa Leal (skate street) e a ginástica artística geral por equipes. Com as seis medalhas, o país ocupa a 30ª colocação no quadro de medalhas.

Tanto Rebeca quanto Caio somaram feitos sem suas carreiras.

Rebeca Andrade chegou perto de algo que poucos acreditavam: vencer a melhor da história. Foi por pouco, mas o ouro ficou com a norte-americana Simone Biles. Sunisa Lee, do Japão, ficou com o bronze.

Rebeca chegou à segunda medalha nos Jogos Olímpicos de 2024 - prata no individual geral e bronze por equipes da ginástica artística -, e quer mais. A ginasta ainda vai disputar mais três finais e pode se tornar a maior medalhista olímpica do Brasil. Ela disse que está "vivendo Paris" e aproveitando cada momento do torneio.

"Eu acho que está sendo a primeira competição em que consigo assistir todas as meninas, porque normalmente eu fico mais fechada, não olho muito. Eu estou vivendo Paris, então eu estou aproveitando cada momento, e está sendo demais poder torcer, vibrar e voltar com mais uma medalha", declarou Rebeca Andrade.

A prata no individual geral em Paris-2024 faz de Rebeca Andrade, 25, a mulher brasileira com mais medalhas em Jogos Olímpicos.

Ela chegou ao seu quarto pódio olímpico e ultrapassou Hélia de Souza, a Fofão, do vôlei (um ouro e dois bronzes), e Mayra Aguiar, do judô (três bronzes).

Além disso, qualitativamente, Rebeca se torna a quarta maior medalhista da história olímpica do Brasil.

Com um ouro, duas pratas e um bronze, a paulista igualou-se ao canoísta baiano Isaquias Queiroz, também presente a estas Olimpíadas, que tem essas mesmas medalhas, obtidas no Rio-2016 (duas pratas, um bronze) e em Tóquio-2020 (ouro).

A ginasta terá chances de ampliar o recorde ainda em Paris. Rebeca disputará três finais em aparelhos: trave, solo e salto, e admite que é um objetivo conseguir novas marcas.

"Ah, eu penso, não vou mentir Porque eu quero estar no pódio, mas o resultado é consequência. Eu tenho que fazer a minha parte para estar lá. Eu preciso fazer a minha parte. E esse é o foco", assume Rebeca Andrade.

DUELO COM BILES

Simone Biles chegou ao solo com uma vantagem de apenas 0,166 pontos sobre Rebeca, atual campeã olímpica no aparelho. Mas não é à toa que Biles é a melhor do mundo, com justiça. A norte-americana, que deu um grande passo na chegada do salto e vacilou nas assimétricas, precisava de 113,867, tirou 15,066, e ficou com o ouro.

Rebeca, com uma prata que enche o brasileiro de orgulho, reduzindo ainda mais a distância que a separa da melhor da história. Se no Mundial do ano passado Biles somou 1,633 a mais, hoje a diferença entre as duas foi de só 1,199 pontos.

O duelo, porém, muito provavelmente é o último entre as duas nessa prova. Biles deve se aposentar depois de Paris-2024, e Rebeca já indicou que não pretende continuar competindo nos quatro aparelhos.

Flávia Saraiva fechou a final em oitavo lugar. Ela começou muito bem a competição, nas paralelas e na trave, mas teve um escorregão no solo que a fez terminar com 54,032 pontos, em oitavo lugar. Sunisa Lee, dos EUA, ficou com o bronze, com 56,465.

MARCHA ATLÉTICA

Caio Bonfim é a personificação da resiliência. Encarou por anos ofensas machistas enquanto treinava nas ruas de Sobradinho, no Distrito Federal. Enfrentou sol, chuva, quilômetros e quilômetros de treinos e competições mundo afora tentando levar a marcha atlética do Brasil onde ela nunca tinha estado. Hoje, o filho de Gianetti e João, também marchadores, chegou aonde sempre mereceu: no pódio olímpico.

A conquista da inédita prata olímpica para o nosso país veio na prova masculina de 20km dos Jogos Olímpicos Paris 2024, quarta edição do evento em que Caio compete. Nesta quinta-feira ele cobriu o trajeto em 1h19min09, ficando atrás apenas do equatoriano Brian Daniel Pintado, campeão com 1min18s55. O espanhol Alvaro Martin completou o pódio. É a segunda prata do Brasil nas Olimpíadas e quarta no total com outros dois bronzes.

"Medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas. Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de 'vamos, campeão'. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador", disse.

Caio Bonfim fez sua primeira participação nos Jogos em Londres 2012, na 39ª colocação. Na Rio 2016, em casa, bateu na trave, terminando em quarto lugar. Em vez de lamentar o “quase”, ajoelhou e apontou para o céu em gratidão. Em Tóquio foi o 13º colocado. Nunca deixou de lutar e teve nos Campeonatos Mundiais a confirmação de que sempre este no caminho certo. Ele foi bronze em Londres 2017 e Budapeste 2023.

HANDEBOL

A seleção brasileira feminina de handebol tentou de tudo, mas acabou superada pela Holanda pela rodada da fase de grupos dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta quinta-feira (1º), as brasileiras perderam por 31 a 24 em jogo válido pelo grupo B.

Este foi o quarto jogo da seleção nos Jogos Olímpicos. Com uma vitória e três derrotas, e 3 pontos somados, o Brasil ocupa atualmente ocupa a quinta colocação do grupo, mas ainda tem chances de se classificar para as quartas de final com o quarto lugar. Para isso, precisa vencer Angola e fazer contas, sobretudo em saldo de gols.

"A gente sabia que seria um jogo duro. Demos o nosso melhor, mas o importante agora é pensar no jogo contra Angola. Hoje, elas souberam aproveitar os nossos erros e a gente não levou bem. Agora é olhar para Angola. Sabíamos que seria difícil avançar mesmo com a vitória hoje", disse Bruna de Paula, armadora e capitã do time. (Com informações do Comitê Olímpico Brasileiro/Folhapress)