Os indicadores do Serviço de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) referentes ao mês de agosto revelam um aumento de 43,8% no número de consumidores que não conseguiram pagar suas dívidas em dia e foram incluídos no cadastro da inadimplência, em comparação com o mesmo mês de 2023.

No acumulado de 2024, englobando os primeiros oito meses, o aumento registrado entre os consumidores negativados foi de 18,4%, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Positivos

O aumento também foi significativo entre os consumidores que conseguiram quitar ou renegociar as dívidas atrasadas, índice que cresceu 41,7% em relação a agosto do ano passado.

Já no acumulado do ano, houve um crescimento de 15,7% entre os consumidores que conseguiram limpar o nome, em relação ao mesmo período de 2023.

“O percentual menor de consumidores limpando o nome em relação aos consumidores que tiveram seu nome incluído no cadastro de negativados explica a elevação na quantidade de pessoas com restrição ao crédito no mercado varejista de Londrina”, analisa Marcos Rambalducci, consultor econômico da ACIL.

Indicadores

Os dados do SPC/ACIL destacam dois índices: o dos consumidores entrantes (incluídos na restrição ao crédito), que deixaram de pagar alguma conta em dia e tiveram o nome inserido no cadastro de inadimplentes; e os saintes, que estavam com o nome no cadastro de negativados, mas negociaram ou pagaram suas dívidas atrasadas e ‘limparam o nome’, recuperando o crédito.

Brasil

Pelo segundo mês consecutivo, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registra queda do endividamento das famílias brasileiras. O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu para 78% em agosto, abaixo dos 78,5% observados em julho, mas ainda superior ao índice de 77,4% registrado em agosto do ano passado.

Segundo a CNC, o resultado reflete uma cautela crescente das famílias em relação ao uso do crédito. Apesar dessa redução do endividamento geral, o número de famílias que se consideram “muito endividadas” aumentou para 16,8%.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o comportamento recente do endividamento está diretamente ligado ao cenário macroeconômico. “O resultado do PIB, que apontou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre, superou as expectativas, mas também revelou um ambiente econômico ainda desafiador. O alívio do endividamento é positivo, mas precisamos considerar que os juros elevados e a recuperação econômica lenta ainda geram incertezas para as famílias brasileiras. Uma possível retração no consumo pode afetar a retomada do crescimento”, ressalta Tadros.

Em relação à inadimplência, o percentual de famílias com dívidas em atraso se manteve estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo, permanecendo ligeiramente abaixo do registrado em agosto de 2023. No entanto, o percentual de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas atrasadas subiu para 12,1%, um indicativo de que, mesmo com a estabilização no número de contas em atraso, as dificuldades financeiras permanecem. Além disso, o percentual de dívidas em atraso há mais de 90 dias aumentou para 48,6%, o maior desde março de 2020.(Com Acil e Agência Brasil)