Muito pertinentes as colocações feitas pelo engenheiro Adelar Motter no espaço aberto da Folha de Londrina neste final de semana (17 e 18) sobre as características desejáveis que o alcaide de nossa cidade deve possuir.

Acrescento que, cada período apresenta seus próprios desafios. A Londrina de hoje precisa encontrar o equilíbrio em sua matriz econômica, e exigirá da próxima administração, o talento para transformar.

E transformar Londrina em um destino turístico, poucas vezes encontrou um momento mais oportuno. A aversão da Europa ao turismo exacerbado abre uma janela única de oportunidades para atrairmos para cá, este contingente de visitantes desejosos de novas experiências.

Balanceando nossa economia…

Nossa cidade possui hoje um sistema produtivo eficiente em fazer circular a riqueza, mas carece de atividades econômicas que aumentem a riqueza em circulação. A indústria de transformação e o turismo, desempenham tal papel e precisam ser privilegiados para reequilibrar nossa matriz econômica.

… com o que é demais para uns…

Nos últimos anos, o crescimento do turismo de massa em cidades europeias, como Veneza, Barcelona e Paris, tem gerado uma série de desafios a elas. O fluxo incessante de turistas levaram ao aumento dos preços de imóveis, à gentrificação, à superlotação de espaços públicos e à degradação ambiental.

… e causa transtornos…

Esses problemas têm alimentado uma crescente aversão por parte dos residentes locais e das administrações municipais, resultando em medidas restritivas, como a limitação do número de visitantes, aumento de taxas turísticas e até mesmo o fechamento temporário de pontos turísticos.

… e mirando outros problemas…

Adicionalmente, uma parcela significativa da população europeia e americana enfrenta dificuldades de acesso ao atendimento público de saúde (que é de qualidade mas nem sempre para todos), ou busca tratamentos estéticos e dentários, que, nesses países, têm custos extremamente elevados.

… que podemos resolver…

Londrina, por outro lado, oferece uma alternativa atraente e acessível. Com um complexo de saúde de excelência, a cidade combina qualidade com preços competitivos, especialmente para padrões europeus, o que compensa os custos de uma viagem.

… transformando em negócio

Aliado ao Complexo Saúde, o turismo rural, focado na cultura cafeeira, que leve o visitante a mergulhar nessa cultura, aprendendo sobre o processo de produção até como obter o melhor na forma de seu preparo e degustação, significa criar uma oferta turística diferenciada e altamente atrativa.

Reter e incentivar o consumo…

Agora imagine um quadrilátero central dedicado ao pedestre, com oferta de espetáculos de música e teatro no seu entorno, cafés, restaurantes, floriculturas e feiras de artesanato, com os espaços ocupados por turistas acomodados em hotéis no seu entorno.

… fazendo que fiquem mais tempo…

E o maior parque linear urbano da América Latina, na forma de um complexo integrando o paço municipal, Iate Clube, Parque Arthur Thomas, Jardim botânico, etc, e percorrido por um ônibus ‘hop on hop off’, contando nossa história em 10 idiomas diferentes.

… e que tenham acesso e informação

Uma ligação aérea entre Foz do Iguaçu e Londrina também é estratégico. Por fim, mas não menos importante, leve esta informação às agências de turismo, faça a propaganda em cidades estratégicas da Europa e EUA.

Nada de novo

Novidade? Nenhuma. Tudo isso, está presente no Plano Turístico de Londrina e no Masterplan 2024, que como escreve Adelar Motter, basta ser adotado.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, Professor da UTFPR