Com as primeiras chuvas de verão e o clima de calor, um espetáculo da natureza toma conta do céu da região: a revoada das saúvas, também conhecidas como içás ou tanajuras. O fenômeno, que ocorre geralmente entre outubro e dezembro, marca o período de acasalamento desses insetos e garante um banquete para aves, lagartos e até mesmo para alguns apreciadores da culinária regional. E já foi tema de algumas reportagens na FOLHA.

Um dos motivos é que mesmo sendo um fenômeno natural, pelas saúvas, formigas cortadeiras, viverem em formigueiros subterrâneos, na região há mais de 25 anos, elas não são naturais do norte do Paraná.

Segundo o professor de Entomologia do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Amarildo Pasini, o argumento era verdadeiro. “É real. Aqui realmente não tinha nenhum tipo de saúva. Ela veio de 25 anos para cá. Eu sou natural de Paranavaí e lá já tinha essa formiga. Mas quando cheguei aqui em Londrina, em 1989, aqui não tinha saúva. Eu tinha que buscar saúvas ali em Jaguapitã para poder fazer experimentos. Mas agora, pode escrever, que todo ano, no final de setembro e começo de outubro, terá revoada”, destacou. “As formigas do tipo saúva tinham por habitat a região noroeste. Lá o solo era menos argiloso, era mais arenoso e mais fofo. Mas a espécie acabou migrando e se adaptando ao solo da região norte paranaense.” Ele explicou que a formiga saúva-limão (Atta sexdens) é a que é a mais encontrada aqui. “Uma vez que ela se estabelece, a gente não consegue erradicar. Como todo mosquito e outras pragas, elas se instalam e a gente acaba convivendo com ela”, apontou o professor em reportagem de 2022.

Relembre reportagem especial que conta a origem das saúvas na região.

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