O animal foi encontrado morto na marginal da PR-445, perto da rotatória da avenida Ayrton Senna, zona sul de Londrina, e chamou a atenção. O olhar desatento até poderia confundi-lo com uma jaguatirica ou gato-do-mato, mas na verdade se tratava de um gato-maracajá, felino de pequeno porte que possui hábitos noturnos e solitários. O corpo do bicho foi recolhido para necropsia pela equipe do Hospital Veterinário da Unifil, que identificou que ele foi vítima de atropelamento.

“É um macho adulto. O macho tem o costume de andar bastante, até para procurar território, fêmeas e alimento. Na região em que foi atropelado temos uma área de mata, plantação de cana. Sempre acaba tendo alimento nesse meio”, explicou a veterinária Daniele Martina. “A diferença do gato-maracajá para o do mato é que muda a parte das manchas e o maracajá é mais robusto”, destacou.

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Neste ano, a instituição já recebeu outros quatro animais atropelados da mesma espécie, porém, estes sobreviveram e depois de cuidados foram devolvidos à natureza. “Infelizmente ele está perdendo o habitat e muitos acidentes têm acontecido. É um animal oportunista, se entra numa propriedade e acha galinha, pequenos animais, ele abate e outro problema é que as pessoas matam este animal para proteger a criação”, comentou.

A orientação ao se deparar com um gato-maracajá muda dependendo da fase da vida em que o animal estiver. “Se for filhote pedimos para a pessoa não mexer, ligar para os órgãos competentes, que são IAT (Instituto Água e Terra) e Força Verde, para que verifiquem o que está acontecendo. Esses animais costumam criar no meio da cana e às vezes a população acha que está sozinho, mas não. A mãe deixa, vai caçar e depois volta”, elencou.

ANO ATÍPICO

O HV da instituição é credenciado pelo IAT na região de Londrina como centro de apoio à fauna silvestre. Somente em 2022, a unidade identificou duas onças-pardas morta após atropelamento em Londrina e região. “Estamos há oito anos na Unifil trabalhando com esses animais e esse foi ano atípico em relação à onça-parda, chegaram as duas mortas e outras duas que foram capturadas. Está diminuindo o espaço dos animais, como consequência, por exemplo, do desmate, e eles começam a aparecer mais”, alertou.

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