A passagem do cônsul-geral do Japão em Curitiba, Masahiro Takagi, e da vice-cônsul, Hazuki Yamamoto, pelo Norte do Paraná foi uma oportunidade para conhecerem de perto os resultados da amizade que o País mantém com Estado, especialmente em Londrina e Região Metropolitana. Takagi que assumiu o consulado em janeiro de 2020.

Após inaugurar um espaço para estudos de artes e cultura no Colégio Estadual Barão do Rio Branco em Assaí, na sexta-feira (11), Takagi e Yamamoto visitaram a Aliança Cultural Brasil-Japão em Londrina e o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, em Rolândia. “Conhecer esses espaços é procurar uma melhor forma de preservar a riqueza histórica do Japão no Estado e os trabalhos que são realizados na região”, comentou o cônsul.

Em entrevista à FOLHA, Takagi afirma que o Japão tem uma grande expectativa de estreitar ainda mais a aliança com o Brasil em 2021 na área da educação, especialmente no que diz respeito aos projetos comunitários. “Queremos continuar com doações para o desenvolvimento em educação e cultura e novos projetos serão bem-vindos para o próximo ano”, diz.

Além desse apoio financeiro que o Japão oferece aos países em desenvolvimento através do Programa APC - Kusanone (Assistência a Projetos Comunitários do Governo Japonês), existem três órgãos principais ligados ao governo japonês que ofertam oportunidades no Brasil: o MEXT (estudos acadêmicos), a JICA (treinamento profissional) e a Fundação Japão (treinamento para professores de língua japonesa).

O MEXT foi firmado em 1954 por meio do Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão, oferecendo bolsas completas desde a graduação até doutorado. Em 2020, 14 bolsistas do Paraná e Santa Catarina foram contemplados nos programas, sendo 10 por meio do MEXT.

Já o JET Programme, programa de intercâmbio e ensino, está com três vagas abertas para o Brasil e as inscrições se encerram no dia 18 de dezembro. “Com o mundo digitalizado, passamos a fornecer também cursos on-line de língua japonesa, gratuitamente”, completa Takagi.

AGRONEGÓCIO

Além da educação, o cônsul-geral destacou que o Paraná é um parceiro estratégico para o Japão na área de alimentos. “O Paraná e Santa Catarina têm muita força porque produzem com quantidade e qualidade. O Paraná exporta para o Japão uma quantidade importante de frango e agora está trabalhando para abrir o mercado japonês para carne suína”, comenta.

A área de telecomunicações nas áreas rurais também está no radar do governo japonês. “Queremos estreitar parcerias nesse setor porque em alguns lugares o acesso à internet é muito difícil. Precisa de mais velocidade até mesmo para o desenvolvimento agroindustrial”, afirma.

DEKASSEGUIS

Em 2020, ano em que a presença da comunidade brasileira no Japão completou 30 anos, a pandemia do novo coronavírus "barrou" a entrada de dekasseguis, levando muitas descendentes a adiar os planos de viver e trabalhar no continente asiático. “Devido à Covid-19, a ida de brasileiros está praticamente ‘parada’ desde o mês de abril. Praticamente não estamos dando vistos porque temos que esperar uma melhor condição deste cenário”, comentou.

De acordo com o Consulado Geral do Japão em Curitiba, em 2019 foram emitidos cerca de 2.200 vistos que possivelmente eram para dekasseguis. Em nota oficial, o órgão afirma que ainda não possui dados específicos sobre dekasseguis em relação a 2020, citando apenas que “em agosto, deste ano, as medidas de fechamento de fronteiras começaram a serem abrandadas, e em outubro foi liberada a emissão de vistos para quem possui o Certificado de Elegibilidade, o que resultou no aumento gradativo no número de pedidos de vistos de trabalho”.