Empresa alega falta de mão de obra para atrasos na trincheira
Argumento não convenceu a Prefeitura de Londrina, que cobrou mais explicações e advertiu sobre a possibilidade de processo administrativo
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Argumento não convenceu a Prefeitura de Londrina, que cobrou mais explicações e advertiu sobre a possibilidade de processo administrativo
Pedro Marconi
A TCE Engenharia, de Curitiba, justificou o ritmo lento na construção da trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina, pela dificuldade em contratar mão de obra. Na semana passada, a empresa foi notificada pelo município, que listou uma série de problemas que estão atrasando a evolução da obra. Na avaliação do poder público municipal, no atual ritmo a estrutura só ficará pronta daqui 18 meses, período bem maior que o aditivo de seis meses, que vence em julho.
De acordo com a construtora, no documento enviado à secretaria municipal de Obras e Pavimentação e que a reportagem teve acesso, “houve aumento no quadro de funcionários no mês de janeiro e fevereiro”, porém, “ainda está contratando mais colaboradores para a intensificação das novas frentes de serviço”. “Estamos em contato com diversas empresas de recrutamento para a seleção de funcionários”, garantiu.
No ofício da semana passada, o município alertou que a interdição da Rio Branco, entre a Leste-Oeste e a avenida Pandiá Calógeras, foi iniciada em setembro de 2022 e ainda está longe do término. A empreiteira rebateu que os serviços da rede de drenagem e retirada das árvores de grande porte já foram concluídos e que a reconstrução do pavimento está em execução, no entanto, ponderou que “a programação foi afetada pela ocorrência de chuvas dos últimos meses.”
INCONSISTÊNCIAS
A empresa também reclama que houve inconsistência nos projetos das galerias pluviais e na rede de esgoto, com os arquivos não sendo condizentes com as redes existentes. “Os serviços foram paralisados a pedido da prefeitura municipal até a devida compatibilização dos projetos e regularização pela concessionária Sanepar. Por esses motivos, os serviços encontram-se interrompidos até uma manifestação e decisão da prefeitura”, alegou.
VIGAS
A prefeitura tinha cobrado sobre o trabalho de vigas longarinas, que teriam 21 unidades até o começo de novembro de 42 previstas no projeto. A TCE afirmou que “as longarinas se encontram com 23 peças concretadas e mais nove armadas, faltando apenas a sua concretagem”. Disse ainda que está fabricando “mais um jogo para a antecipação da execução, inclusive, priorizado a execução da concretagem dos berços e armaduras das vigas para a finalização das 42 longarinas previstas”.
NOVA NOTIFICAÇÃO
Apesar dos argumentos, a secretaria municipal de Obras notificou a empreiteira mais uma vez por considerar os apontamos insuficientes e reforçou que ela corre o risco de ser alvo de um processo de penalidade administrativa. A pasta cobrou novamente a apresentação do cronograma atualizado da obra e justificativas para o atraso de 75 dias em relação à programação enviada pela própria empresa em setembro do ano passado.
“Os serviços apontados no ofício de resposta como em andamento em nada alteram a situação de atraso da obra. A não apresentação do cronograma e a resposta sem embasamento suficiente ensejará em abertura processo e posterior aplicação das sanções contratuais previstas”, advertiu o secretário municipal de obras, João Verçosa, e os dois engenheiros responsáveis por acompanhar a construção da trincheira. A obra começou em janeiro de 2021, com previsão de término em dois anos. O investimento é de R$ 34,2 milhões.
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