Pesquisadores do campus Toledo (Oeste) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) desenvolveram um drone capaz de realizar o monitoramento de assoreamento dos rios e recebeu a carta patente de invenção do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). O protótipo é resultado de um projeto de pesquisa que teve início em 2013, através do edital 037/2013 apoiado pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e pela Fundação Araucária (FA).

O pedido de registro de propriedade intelectual foi submetido em 2018 e o resultado foi publicado em maio deste ano. Com esse anúncio, a UTFPR passa a ter um total de 111 patentes concedidas, além de 145 pedidos de patentes pendentes.

O equipamento é um Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) anfíbio que percorre o curso de água realizando as medições dentro de um trajeto pré-definido. Os dados das medições são disponibilizados através de comunicação sem fio para um computador externo ou dispositivo móvel.

As pesquisas foram feitas pelos professores José Dolores Vergara Dietrich, Jorge Augusto Vasconcelos Alves e Fábio Rizental Coutinho e pelos alunos (hoje egressos) Nilton Barbosa da Rosa Jr, Matheus Henrique Ribeiro Rocha, Juliano da Rocha Queiroz e Guilherme Francisco Iakmiu Pendiuk do curso de Engenharia Eletrônica do Campus.

Segundo o pesquisador Fabio Coutinho, o objetivo do equipamento é monitorar a profundidade e o assoreamento dos rios, principalmente com relação ao depósito de sedimentos que podem causar inundações, alterações na capacidade de navegação, além de comprometer a fauna aquática.

“Com o drone, a medição pode ser feita em vários pontos geográficos do rio e com deslocamento facilitado, já que ele pode ser de forma remota, diferente de estações fixas ou envio de equipes para essas medições”, explica o professor em um vídeo publicado em seu canal do Youtube.

AUTONOMIA

Nos últimos anos, a pesquisa foi dedicada a acrescentar ao drone a funcionalidade de medição de vazão do rio e também para tornar ele autônomo. Essa parte da pesquisa está sendo conduzida pelo professor no projeto "Mini UVP para monitoramento ambiental de rios por VANTs anfíbios" contemplado na Chamada Pública 20/2018 do Programa de Infraestruura para Jovens Pesquisadores Programa Primeiros Projetos – PPP (Acordo CNPq/FA) entre os anos de 2020 a 2023. E ela ainda está sendo aprimorada no projeto "Aparato para monitoramento de canais fluviais utilizando uma aeronave anfíbia remotamente pilotada" apoiado pela chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 - Faixa A - Grupos Emergentes e com previsão de término em agosto de 2025.

O equipamento tem a capacidade de ir pelo ar até o corpo d'água, pousar nele e efetuar medições. “Flutuando na água ele pode percorrer um longo trecho do rio, aproveitando a corrente natural dele, efetuando diversas medições em pontos distribuídos ao longo de sua extensão. Ademais, pedras, quedas d'águas e outros obstáculos do rio podem ser facilmente evitados pelo ar. Com isso ele se torna uma solução mais eficiente pois consegue obter dados de medição de vários pontos do rio e de forma ostensiva”, completa.

Outro diferencial do drone, apresentado pelos pesquisadores, é o de que ele se torna mais eficiente e barato que as medições por estações fixas, as quais se limitam em apenas alguns pontos da extensão do curso d'água.

Nos últimos anos o drone também passou por melhorias da nova carcaça desenvolvida em um trabalho conjunto no Projeto "Monitoramento em tempo real da qualidade da água através de dispositivos eletrônicos de baixo custo no contexto de Internet das Coisas" coordenado pelo professor Edson Tavares de Camargo e apoiado pela Sanepar e Fundação Araucária.

(Com informações da UTFPR)