Assim que a escola informou que haveria vacinação, Etson Kaio, 15, já avisou a mãe, que assinou o termo para que o adolescente pudesse ser imunizado. “Minha mãe mandou a carteira de vacinação e já trouxe para a escola. É importante estar protegido”, afirmou o estudante do 9° ano do Colégio Estadual Carlos de Almeida, no Conjunto Lindóia, região leste de Londrina. O aluno foi um dos primeiros da rede estadual de ensino a ser vacinado na cidade numa campanha iniciada nesta quinta-feira (14) pela secretaria municipal de Saúde, atendendo a um chamado da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).

Nas próximas semanas, os servidores municipais estarão nas 76 escolas do Estado levando as doses, principalmente contra a gripe. São cerca de 60 mil estudantes que poderão ser protegidos. Outros imunizantes que serão atualizados são pentavalente, pneumocócica 10, poliomielite, DTP e HPV. “A maioria dos adolescentes pode ser vacinada nessa ação, entretanto, é necessário que o pai ou o responsável preencha uma autorização, até mesmo porque esse menor vai estar desacompanhado”, orientou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. “Londrina e todo o Estado têm se mobilizado para ampliar a cobertura vacinal”, frisou.

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A interlocução entre o município e os colégios tem sido feita pelos responsáveis das 54 UBS (Unidades Básicas de Saúde), que vão atuar em todas as instituições dentro da área de abrangência do posto. “A ação é dividida em duas etapas. Primeiro a equipe da unidade vai até a escola, passa todas as orientações, as equipes da escola disparam um comunicado aos pais e junto a cartinha de autorização. Num segundo momento as equipes de saúde propriamente dita vão até a unidade escolar para realizar a vacinação”, detalhou.

Etson Kaio, 15, está com a carteira de vacinação em dia: "Importante estar protegido"
Etson Kaio, 15, está com a carteira de vacinação em dia: "Importante estar protegido" | Foto: Pedro Marconi

RESISTÊNCIA DE PAIS E JOVENS

O apelo é para que as famílias se conscientizem sobre a importância da imunização, dada a resistência de muitos pais e até de jovens, o que se reflete nas estatísticas baixas de cobertura. O Paraná aplicou mais de 2,7 milhões de doses em cinco meses. No entanto, o público-alvo é formado por 4,3 milhões de pessoas.

“Infelizmente a sociedade como um todo acabou perdendo a noção da importância da vacinação no contexto de proteção à saúde e, consequentemente, observamos o retorno de doenças que já não se falava há muitos anos, como o caso do sarampo, a própria coqueluche. Agora o aumento de índices de síndromes respiratórias em decorrência do vírus da influenza ou do coronavírus. Não adianta essa mobilização dos entes públicos se não houver conscientização”, advertiu.

TRÊS CEPAS

A campanha contra a influenza iniciou em 25 de março. A vacina disponibilizada pelo Governo Federal tem três tipos de cepas de vírus combinadas: A (H1N1); A (H3N2) e B (linhagem B/Victoria), conforme orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A Sesa informou à reportagem que está “compilando um levantamento das doses aplicadas (nos alunos da rede estadual)” e que irá divulgar os números nos próximos dias. A imunização nos colégios, a nível de Estado, começou no dia cinco de agosto e segue até 31 do mês.