O secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros (PP), que está licenciado do cargo de deputado federal, afirmou à FOLHA nesta segunda-feira (27) que irá concorrer ao Senado caso seja convocada eleição suplementar no Paraná. Ele estava em Londrina para um encontro com o ministro do Esporte, André Fufuca (PP).

Esse é um cenário possível caso o senador Sergio Moro (União) seja cassado. Ele é alvo de uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) protocolada pelo PL (Partido Liberal) e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná). A acusação é de abuso de poder econômico durante as eleições de 2022. Caso seja condenado, Moro pode recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Eu acho que a expectativa é de que o senador Sergio Moro será cassado, pela documentação que está posta no processo. É uma iniciativa do Partido Liberal e do Partido dos Trabalhadores, que entraram com a ação contra o mandato dele. Nós do Progressistas não entramos. Mas, havendo a cassação, eu vou concorrer ao Senado, com outras lideranças, obviamente”, disse Barros. O anúncio da possível candidatura ocorreu na semana passada, durante sua festa de aniversário.

Barros já concorreu a senador nas eleições de 2010, quando ficou em quarto lugar com quase 2,2 milhões de votos. No ano passado, foi reeleito deputado federal com 107 mil votos.

LULA E CONGRESSO

O secretário também ressaltou que o presidente Lula é “experiente” e conseguiu lidar bem com o Congresso Federal nas outras vezes que esteve na Presidência. “Não tivemos dificuldades com ele. O momento agora é diferente, muita polarização, guerras, crises, então dificulta um pouco o diálogo, mas não vejo que haverá problemas sérios com a condução política entre o presidente Lula e o parlamento”, disse.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Barros também foi enfático ao dizer que o PP deve sair com uma candidatura própria em Londrina no ano que vem. Ele cita o deputado federal Marco Brasil como um pré-candidato pela legenda, e reconhece que o apoio do prefeito Marcelo Belinati (PP) “tem muito peso, tem força política”.

“Eu acho que logo ele [Belinati] vai decidir se vai deixar livre ou se vai escolher um candidato”, citando que o cenário pode mudar bastante até 2024 e que, apesar de o PP ser um partido de centro, o discurso deve ser ajustado mais à direita, para dialogar com o eleitorado londrinense. “Tem muita coisa para acontecer ainda.”